30 de novembro, 2018
Os cientistas destas instituições defendem que é necessário adotarem-se medidas urgentes a nível internacional para se assegurar a preservação destes últimos ecossistemas intactos.
“Há um século, apenas 15% da superfície da Terra era usada pelos seres humanos para o cultivo de plantações e a criação de gado”, disse James Watson, professor da Universidade de Queensland e principal autor do estudo.
“Hoje, mais de 77% da superfície terrestre – excluindo a Antártida – e 87% do oceano foram modificados pelos efeitos diretos das atividades humanas”, contou. “Pode ser difícil de acreditar, mas, entre 1993 e 2009, perdeu-se uma área terrestre de natureza selvagem maior do que a superfície da Índia – uns desconcertantes 3,3 milhões de quilómetros quadrados – devido à urbanização, agricultura, exploração mineira e outras pressões.”
Mapa das últimas zonas de natureza selvagem do mundo.
A azul escuro estão as zonas selvagens terrestres e a azul claro as marítimas.
O estudo excluiu a Antártida e as zonas intactas em alto mar que não estão dentro de fronteiras nacionais. | Fonte:Nature
Os ecossistemas intactos identificados no estudo são um refúgio vital para milhares de espécies ameaçadas.
“São [também] importantes reservatórios de informação genética e constituem zonas de referência para os esforços de regeneração da vida selvagem nas paisagens terrestres e marítimas degradadas”, explicam os autores do trabalho, que foi publicado na revista Nature.
Os investigadores afirmam que estes espaços só podem ser protegidos se “forem reconhecidos nas estruturas de política internacional” e pedem uma meta global que proteja 100% das restantes zonas de natureza selvagem.
“É possível ter uma meta de 100%”, afirmou James Watson.
“Tudo o que os países precisam de fazer é impedir as indústrias de entrarem nesses lugares.”
“Uma intervenção óbvia a que estes países podem dar prioridade é a criação de áreas protegidas”, disse o professor.
“Já perdemos tanto, por isso temos de agarrar esta oportunidade para salvaguardar os últimos redutos naturais, antes que desapareçam para sempre.”