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Bolsa atualiza índices de carbono e de desenvolvimento sustentável

08 de setembro, 2020

Nos próximos dias, a B3 também anuncia uma parceria com a Standard & Poor’s (S&P). A intenção é lançar um índice ESG com as empresas listadas no mercado brasileiro.

A B3 está atualizando seus índices de desenvolvimento sustentável e de carbono, além de abrir novas frentes que atendam às demandas do mercado — produtos em sintonia com a emergência climática e com abordagens ambientalmente adequadas, socialmente justas e de boa governança, que o jargão conhece pela sigla em inglês ESG.

A companhia está reestruturando os índices ISE B3 e ICOs B3 para torná-los mais atrativos ao investidor e, nos próximos dias, anuncia uma parceria com a Standard & Poor’s (S&P). A intenção é lançar um índice ESG com as empresas listadas no mercado brasileiro.

A ideia é que o S&P B3 Brasil ESG englobe empresas negociadas no país e que compõem o S&P Brazil BMI. Esta carteira seria analisada com foco nas empresas elegíveis aos critérios ambientais, sociais e de governança, e filtradas de acordo com a metodologia usada pela S&P.

“Estamos trabalhando em uma família mais robusta de índices ESG”, diz Ana Buchaim, diretora de sustentabilidade e marketing da B3. A intenção, diz a executiva, é oferecer produtos mais relevantes. “Um portfólio ESG que não seja tão romântico, mais alinhado com as demandas de mercado e que traga resultados”, diz ela.

Há dois passos concretos sendo preparados — a revisão do ISE e a ampliação do ICO.

O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) é de 2005, foi o quarto índice de sustentabilidade criado no mundo e sai uma vez ao ano. A carteira de 2020 tem 30 empresas (com 36 ações) com 40% do valor de mercado da B3.

O questionário que avalia se uma empresa pode integrar o ISE será setorizado, adianta Ana Buchaim. Até agora, os critérios não distinguiam indústrias com alto índice de emissão de gases-estufa com bancos, por exemplo.

“O ISE chegou à maturidade. Agora estamos adaptando os critérios de exigência de acordo com uma abordagem setorial.”

Fazem parte do ISE hoje conglomerados de 15 setores da economia — construção civil, alimentos processados, energia, madeira e papel, petróleo e gás, biocombustíveis, químicos, bancos, transporte, telecomunicações, produtos de uso pessoal e limpeza. Entre elas estão Banco do Brasil, Itaú, Klabin, Renner, Eletrobras e Engie, para citar algumas empresas.

A performance acumulada do ISE desde a criação, em novembro de 2005, até 31 de julho de 2020 foi de 295,68%. No mesmo período, o desempenho do Ibovespa foi de 222,44%.

O caso do Índice Carbono Eficiente (ICO2) é de ampliação. Hoje o indicador é composto por ações de empresas que participam do IBrX-50 e que adotam práticas transparentes em relação às suas emissões de gases-estufa. O ICO2 tem atualmente 26 companhias (como Gol, Braskem, JBS, Natura, Bradesco e Cemig, para citar algumas) com 28 ações correspondendo a 52% do valor de mercado da bolsa B3.

Criado em 2010, a ideia, no caso do ICO2, é expandir sua carteira. A partir de 2021 serão convidadas a participar do indicador as 100 empresas mais líquidas — que participam do índice IBrX-100.

“Nossa ambição, na agenda de mudança do clima, é ser um ‘hub’ de conexão sobre o tema”, explica Ana Buchaim. “Queremos transformá-lo em um referencial para investidores”, continua.

Se a estratégia da B3 para o biênio 2020-2021 é fortalecer o portfólio de produtos e incorporar índices ESG, outra vertente é desenvolver novas frentes de negócios.

Em pesquisa recente, a empresa identificou um milhão de investidores em produtos de renda variável. O novo investidor, de forma geral, é mais jovem e muito preocupado com a temática da sustentabilidade.

“Esta é uma demanda que veio para ficar e não vai retroceder”, acredita a executiva.

Na estratégia da B3, também está buscar uma atuação forte em mecanismos como os títulos verdes (“green bonds”) e os créditos de descarbonização inseridos na Política Nacional de Biocombustíveis (CBIOs). Além disso, acompanhar os estudos do governo na criação de um mercado de créditos de carbono.

“Temos que fomentar a agenda das finanças verdes”, continua. O mercado de carbono, debate no Brasil que se arrasta há anos, é seguido pela B3. “É um tema que vai continuar evoluindo”, afirma.

Via Valor Investe por Daniela Chiaretti

Imagem capa: Getty Images

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