Uma maior eficiência energética dos edifícios tem a capacidade de reduzir até 15% do total de electricidade utilizada no Brasil. Segundo o relatório que faz o balanço energético do país (BEN 2015), relativo ao ano de 2014, o parque edificado é responsável por 50% do consumo eléctrico, sendo os sistemas de climatização e iluminação os que mais pesam.
Tendo em conta as poupanças conseguidas em 224 edifícios com certificação LEED, noutros 11 com certificação “Selo Procel Edificações” e em 29 com classe A no âmbito do Programa Brasileiro de Etiquetagem, uma análise concluiu que os edifícios brasileiros têm um potencial de redução média do consumo eléctrico de 30%.
O potencial técnico estimado de redução do consumo em prédios energeticamente eficientes é de 77,5 TWh, com base em dados do GBC Brasil, da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) e da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).
Tais resultados só serão, no entanto, conseguidos com o fomento de “uma política integrada de eficiência energética que engloble projecto, construção, renovação e operação dos edifícios, com taxas de retorno favoráveis”.
Para além de garantir ao país praticamente o montante de energia produzida pela central eléctrica de Itaipu, alcançar este potencial estimado permitiria a redução em 65% da utilização de centrais termoeléctricas. Já para o cliente final, este resultado pode representar poupanças no valor de 35,2 mil milhões de reais.
A reabilitação energética, por seu turno, é capaz de gerar “inúmeros benefícios directos e indirectos para o governo, iniciativa privada e sociedade”, revela o site brasileiro Setor Energético. A mesma fonte explica que o mercado brasileiro já tem soluções e serviços especializados em eficiência energética, mas a falta de informação e de incentivos e uma visão a curto prazo são os principais entraves do mercado. A resposta deve, por isso, passar por “medidas de fomento via incentivos intangíveis, incentivos fiscais, financeiros e ao crédito”, assim como pela introdução de legislação obrigatória.
Para superar os desafios energéticos, o governo brasileiro “deve coordenar uma política pública integrada, mobilizando todos os agentes públicos e privados para uma actuação alinhada com metas audaciosas de eficiência energética nas edifícios brasileiros”, pode ler-se no Setor Energético. Em paralelo, o “Congresso Nacional deve fortalecer o conhecimento e relevância do tema, provocando o surgimento ou seu fortalecimento às lideranças políticas”.
[…] Fonte: Viva Green […]