Produzimos, reproduzimos, consumimos, descartamos e não nos responsabilizamos com nossos resíduos. Onde isso vai parar?
Tempos atrás, os resíduos gerados pelo homem eram excrementos. Com o início da atividade agrícola e de produção de ferramentas de trabalho, surgiram outros tipos de resíduos. Ainda assim eram provenientes de origem natural (estacas, barro, couro, etc.). Portanto, a sua disposição no meio ambiente não causava grandes impactos ambientais. E a quantidade descartada era pequena.
Atualmente, os produtos feitos pelo homem passam por tantas transformações e são gerados em tamanha quantidade que não conseguem ser degradados em tempo hábil.
Reciclagem significa dar um novo ciclo de vida a algo que já existe. O homem se viu na necessidade de reciclar, pois os problemas gerados pelo acúmulo de lixo são muitos:
– Lixo jogado em rios ou córregos, vão se acumulando a ponto de não permitir o fluxo da água para locais onde o rio é canalizado. Isto resulta em enchentes;
– O lixo exposto atrai inúmeros animais. Os primeiros a aparecer são bactérias e fungos, fazendo seu papel na natureza. O cheiro da decomposição se alastra com o vento e atrai outros organismos, como baratas, ratos, insetos e urubus, que além de se nutrirem a partir da matéria orgânica presente no lixo, se proliferam, pois o local também lhes oferece abrigo. Estes animais são veiculadores de muitas doenças;
– Quando o lixo se acumula e permanece por algum tempo no solo, começa a ser decomposto por bactérias anaeróbicas, resultando na produção de chorume, que é 10 vezes mais poluente que o esgoto. Isto por que o chorume dissolve substâncias como tintas, resinas e outras substâncias químicas e metais pesados de alta toxicidade, contaminando o solo e impedindo o crescimento das plantas, ou fazendo com que estas substâncias se acumulem na cadeia alimentar;
– Quando chove, o solo se torna mais permeável e os líquidos que saem do lixo podem chegar até os lençóis freáticos e águas subterrâneas (processo conhecido como lixiviação), poluindo águas de rios que servem de habitat para inúmeras espécies e fonte de água para muitas outras, inclusive o homem. A poluição pelo lixo pode chegar até o oceano atingindo mais e mais espécies, causando considerável desequilíbrio ecológico;
– Mesmo que os resíduos sólidos não sejam queimados, o material orgânico em decomposição gera, além do chorume, gás metano (CH4) e outros gases (como o gás sulfídrico), que causam odores desagradáveis, escurece a pintura dos edifícios vizinhos e se torna explosivo quando colocado em um depósito próximo ou outro espaço fechado. Algumas pessoas podem vir a desenvolver doenças respiratórias;
– É muito comum o lixo ser queimado para diminuir o volume. A queima libera CO2 (gás carbônico) na atmosfera, gás tóxico em grandes quantidades (o que já acontece devido à emissão por fábricas e carros). Além deste, outros gases, também altamente tóxicos, são liberados na atmosfera quando o lixo é queimado à céu aberto;
– Com a incineração, os problemas como doenças, quantidade e volume excessivos, alguns problemas de toxicidade e má aparência são amenizados, mas ainda assim é necessário destinar adequadamente o que sobrou desta queima (escórias e cinzas) para evitar outros problemas, pois os resíduos ainda oferecem risco potencial ao ambiente. Durante a incineração, os resíduos são potencialmente perigosos: O plástico é o pior deles. Podem-se formar ácidos halogenados a partir das moléculas de cloro presentes em alguns plásticos (como o PVC) que são responsáveis, junto com outras substâncias poluentes, pela acidificação de águas e de solos e pela síntese de dioxinas e furanos. Assim, para que este sistema seja eficiente, é necessário um sistema de tratamento rigoroso de gases (o que tem um custo muito elevado e, portanto, não é muito praticado).
– O acúmulo de lixo na paisagem traz problemas de ordem estética. Já pensou em morar em um bairro próximo a um lixão? As áreas próximas a lixões ou até mesmo aterros sanitários perdem valor;
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