24 de setembro, 2019
Reutilizar para economizar. Cada vez mais pessoas vêm se esforçando para um consumo consciente, visando diminuir o desperdício e seus danos ao planeta. O movimento da moda sustentável ganhou força com os dados gritantes da indústria têxtil. Somente no Brasil, estima-se que cerca de 175 mil toneladas de resíduos têxteis sejam descartadas anualmente. Desses, apenas 20% são reutilizados ou reciclados, já que a maioria acaba em aterros sanitários, demorando séculos para se decompor, ou é queimada. Todos esses fatores têm colocado a sustentabilidade na moda em pauta.
E não é só no Brasil: os números globais também são chocantes. A cada segundo, um caminhão de lixo cheio de sobras de tecido é descartado em aterros ou queimado, segundo a fundação britânica Ellen MacArthur. Além de representar a emissão de 1,2 bilhão de toneladas de gases de efeito estufa por ano, isso também significa 500 bilhões de dólares desperdiçados. De olho na questão ambiental, econômica e no posicionamento cada vez mais ativista dos consumidores, marcas e empreendedores estão buscando soluções para renovar o mercado, apostando na moda sustentável.
Com diversos estudos mostrando os aspectos negativos da indústria têxtil e o aumento do consumo no mercado da moda, alternativas como a reestruturação da cadeia produtiva e a introdução de materiais e tecidos ecológicos na produção. Esse equilíbrio entre a proteção dos recursos naturais e a moda pode ocorrer de diversas formas, como:
Reaproveitar itens que antes seriam descartados em aterros ou mesmo no oceano é possível com a reutilização de materias recicláveis, como algodão orgânico. A mistura de retalhos e PET também auxilia esse cenário, transformando-se em tecidos desfibrados, além da juta da Amazônia (fibra natural).
Estilo e consumo consciente são duas coisas que estão sempre em promoção nos brechós. Com lojas físicas e via redes sociais, essas casas podem até reunir achados como marcas renomadas e peças seminovas. Assim, é possível renovar o guarda-roupa gastando pouco, reutilizando peças que dão um toque pessoal ao seu estilo, já que não serão encontradas tão facilmente em lojas de departamentos, sem a necessidade de consumo de um item feito do zero.
Seguindo a moda dos brechós, outra forma de renovar o visual sem apelar para a compra de novas peças são os aplicativos de troca e de produção de roupas com itens sustentáveis. Iniciativas como o Re-roupa, que propõe a confecção de peças novas com materiais que seriam descartados (como retalhos, rolos de tecido no final, peças com pequenos defeitos); e o Projeto Gaveta, que incentiva a troca de peças que estavam paradas no armário, vêm transformando a moda sustentável no Brasil.
Outra forma de aderir ao movimento é evitar o consumo de peças no estilo fast fashion, que defende a renovação do guarda-roupa a cada temporada, e apostar em roupas com acabamento de qualidade e visual atemporal. Assim, é possível utilizá-los com frequência – itens coringas, por exemplo, são calças jeans (de brechó, de preferência!) e camisas brancas, para evitar o “descarte” na próxima estação.
Segundo o Banco Mundial, o tingimento têxtil é um dos grandes poluidores de água no planeta, contribuindo com 17 a 20% de toda a poluição dos nossos recursos híbridos. Somente a indústria têxtil consome mais de 6 trilhões de litros de água anualmente, e geralmente esses líquidos com resíduo são descartados em águas superficiais sem um tratamento prévio. Com resíduos com diversos elementos químicos que resultam do processo de tintura que afetam a flora e a flauna e mesmo os seres humanos, uma nova alternativa são corantes biológicos sintéticos.
Sustentáveis, esse métodos de tingimento alternativos usam organismos geneticamente modificados na produção de pigmentos. Outra novidade é os corantes sem uso de metais pesados e solventes ácidos.
Pode até parecer pouco a curto prazo, mas os benefícios de se aderir à moda consciente somente serão percebidos no futuro. O aumento da consciência dos consumidores irá produzir maior qualidade das águas, do ar e redução da quantidade de lixo produzido. Para saber quais marcas são sustentáveis e aderir ao movimento sem medo, alguns sinais podem ser notados para acertar na escolha:
Pesquisas rápidas podem ajudar na tomada da decisão do consumidor e promover a sua entrada para um consumo sustentável. Tudo indique essa moda veio para ficar.
Por Agência Emarket
[…] maior qualidade das águas, do ar e redução da quantidade de lixo produzido. Fonte: https://vivagreen.com.br/blog/sustentabilidade-na-moda-marcas-e-iniciativas-apostam-em-renovacao-con… (function(d, s, id) { var js, fjs = d.getElementsByTagName(s)[0]; if (d.getElementById(id)) […]