05 de agosto, 2015
Não resta dúvida de que a maior cidade do Brasil, e uma das maiores do planeta, seja abundante em superlativos. Eis mais um deles, talvez desconhecido pela maioria: São Paulo possui, ao todo, 900 feiras de rua em seu perímetro urbano.
Buscando alternativas para a limpeza ambientalmente correta destes espaços, já que boa parte das sobras é de resíduos orgânicos que não necessitam ir para os aterros, o representante da AMLURB, Antonio Storel, e da empresa INOVA (responsável pela varrição das ruas da cidade), Eugenia da Costa, estiveram em Florianópolis para conhecer as iniciativas locais de compostagem.
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A visita técnica integra o escopo de um projeto-piloto desenvolvido pela INOVA, cuja meta é a produção, até dezembro, de um primeiro lote de composto produzido a partir das sobras de feiras. Para tanto, sao amparados por um projeto técnico desenvolvido pelo Cepagro para a AMLURB, que prevê a construção de 2 centrais de compostagem, exclusivas para feiras, em aterros desativados.
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Nesta primeira iniciativa, enquanto os pátios ainda nao forem executados (a previsão é de um prazo de 2 anos para sua construção), a empresa INOVA vai realizar a compostagem em uma Ecopraça no entorno da subprefeitura da Vila Maria / Vila Guilherme, adequando inicialmente a estrutura de coleta em 12 feiras da região. A Ecopraça já é um ponto utilizado pela população para descarte de grandes volumes, como móveis usados, cuja madeira é triturada e servirá de insumo a compostagem.
Na vanguarda das adequações para a nova legislação nacional de resíduos sólidos, a cidade tem mostrado várias iniciativas inovadoras, como o projeto Composta São Paulo, que investiga os hábitos dos moradores quanto a destinação dos resíduos orgânicos em paralelo com a doação de 2000 composteiras domésticas. Para ações com grandes geradores, como as feiras, a inspiração vem do método empregado localmente pelo Cepagro na Revolução dos Baldinhos e outros programas.
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Trata-se da compostagem termofílica em leiras estáticas, também conhecida como “método UFSC”, uma vez que foi adotada em larga escala para reciclagem das sobras orgânicas nesta instituição, capitaneada pelo doutor em Agronomia Paul Richard Muller. Demandando pouco investimento em infraestrutura, a compostagem começa com a separação dos resíduos orgânicos na fonte geradora, para então serem dispostos em uma combinação ideal com compostos de carbono presentes em palhadas, folhas secas e cavacos de madeira, criando ambiente para bactérias fungos que degradam a matéria de maneira controlada em poucos meses.
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Em parceria com a Associaçao Orgânica, empresa de limpeza urbana de Florianopolis composta 90 toneladas de resíduos orgânicos de grandes geradores, como supermercados e restaurantes
É através da compostagem termofílica que a empresa Pró-Composto, por exemplo, recicla os resíduos orgânicos doRestaurante Central, de Florianópolis. Até mesmo os sacos utilizados para a coleta dos resíduos são compostáveis, uma inovação da empresa Oeko. Localizado nas dependências da SERTE, na Cachoeira do Bom Jesus (Norte da Ilha de SC), o pátio de compostagem tem operação mecanizada e sistema de drenagem das leiras. O engenheiro agrônomo Filipe Borges Geremias, da equipe técnica da Pró-Composto, explicou para os visitantes toda a sistematização de pátios que eles vêm fazendo, o que causou ótima impressão para os representantes da AMLURB e INOVA.
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Fonte : CEPAGRO – Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo