O território Achuar, na Amazônia Equatorial, ganhou o primeiro transporte fluvial movido a energia solar.
O desenvolvimento do projeto foi feito em parceria com a Fundação Aldea (sigla em espanhol para Associação Latino-americana para o Desenvolvimento Alternativo) e com a ONG Plan Junto.
O projeto tem o objetivo de gerar um transporte de baixo custo para a região, como explica o americano que deu vida ao projeto, Oliver Utne, em entrevista à BBC.
“A canoa solar é uma solução ideal para esse lugar porque aqui não há rede de rios navegáveis, interconectados e há uma grande necessidade de transporte alternativo. Como a gasolina só pode chegar aqui por avião, custa cinco vezes mais que no resto do país”, destaca.
A canoa foi batizada de Tapiatpia em homenagem a um lendário peixe-elétrico da região, e é o primeiro sistema comunitário da Amazônia.
O projeto ajuda a comunidade a conquistar o sonho de viver sem prejudicar o meio ambiente.
A população da região tem o intuito de não construir estradas, para não desmatar a floresta.
O local apresenta um ecossistema ameaçado pelo desmatamento e pela exploração petroleira.
“Por outro lado, a ameaça de chegada de estradas a esse território, um dos lugares com maior biodiversidade do mundo, está muito presente. Trazê-las até aqui significaria a destruição dessa biodiversidade e produziria um impacto muito forte nessas culturas”, argumenta Utne para a BBC.
O modelo que melhor se encaixa às condições da Amazônia apresenta 32 painéis solares sobre uma canoa tradicional de 16 metros de comprimento e dois de largura.
É feita com fibra de vidro para estender a vida útil e tem o design da embarcação típica dos indígenas cofanes do norte do Equador.
O projeto ainda está em fase inicial, mas se for bem-sucedido tem potencial de ser implementado em outros rios da bacia amazônica.
Com informações da BBC