Folhas verdes frescas, temperos à mão e ervas prontas para os chás da tarde ou da noite são só alguns dos privilégios de quem tem uma horta caseira – leia-se: sem agrotóxicos. Cinco projetos provam que não há empecilhos, nem mesmo de tamanho, para planejar a sua.
Cheiro de manjericão, hortelã e alecrim. Alface, couve e repolho fresquinhos. Tudo isso parece distante da sua realidade? Acredite: só parece. Ter uma horta em casa é fácil. Quer dizer, é preciso dedicação, mas se você curte a ideia de abraçar uma alimentação orgânica, sem agrotóxicos, vai adorar tomar alguns cuidados pela saúde de sua família. Antes de tudo, planeje o que deseja plantar nos canteiros ou em vasos. A herborista Silvia Jeha, do Viveiro Sabor de Fazenda, indica que cada espécie tem crescimento e necessidades diferentes. “A alface, por exemplo, precisa de 20 cm de distância entre cada muda”, diz.
Sol também é um fator importante. A horta deve receber luz durante a manhã ou à tarde, totalizando pelo menos quatro horas diárias. A cada mês, lembre-se de fazer uma adubação – com húmus, farinha de osso ou qualquer outro composto orgânico na proporção de 200 g para cada m² de terra – para renovar os suprimentos das plantas. Em vasos, a horta exige um pouco mais de seu dono. Primeiro, certifique-se de que o recipiente utilizado para o plantio tem furos e forre-o com cacos de telha ou argila expandida. Depois, acrescente a areia, seguida pela terra já adubada. Diferentemente das variedades perenes, que não precisam ser trocadas, as hortaliças, principalmente, devem ser repostas. Dá um trabalhinho, mas vale cada minuto de compromisso.
Diversão para as crianças
A vista aérea comprova que a organização dos vasos de barro e das caixas de madeira cumaru é estratégica. Quase como um jogo de amarelinha, as tábuas de deque convidam as crianças – um menino de 8 anos e uma menina de 5 – a explorarem as verduras e temperos, previstos pela arquiteta e paisagista Mônica Lauretti, no jardim desta casa na região oeste de São Paulo. “Para os pais, é importante que as crianças participem do processo de cuidados com a horta”, diz Mônica. Foi por isso que ela previu variedades para todos os paladares: rúcula, alface, cebolinha, tomilho, hortelã e camomila. Os pedriscos foram alternados à madeira para simular o clima de um jardim, mesmo que sobre esta laje na varanda.
Hortinha gourmet
Mesmo sem espaço, a dona deste apartamento no Alto de Pinheiros, em São Paulo, queria alguns dos seus temperos prediletos frescos e disponíveis para as suas experiências culinárias. A solução encontrada pela paisagista Caroline Saccab Haddad foi distribuir pequenos vasos de tamanhos e formas diferentes em um aparador de madeira, ambos à venda na loja da profissional, a Secret Garden. O efeito não poderia ser melhor. “Utilizei vários materiais, como a cerâmica rústica, a esmaltada e a pedra-sabão, que servem como cachepôs para os recipientes de plástico”, conta. Alguns cuidados: espécies como o tomilho e o alecrim exigem rega a cada dois dias; no caso do manjericão e do orégano, o procedimento é diário.
Caminho de delícias
Um canteiro repleto de folhas verdes recepciona quem entra nesta casa na região oeste da cidade de São Paulo. “Plantei rúcula, alface e azedinha em pequenos canteiros, que seguem a linha do muro e não ocupam muito espaço do jardim”, conta o engenheiro agrônomo Marcelo Noronha, dono da Minha Horta. Os temperos foram dispostos em vasos de fibra de coco, de 30 cm, comprados na Ceagesp e presos a um painel de ripas de madeira. Tem coentro, orégano, manjericão, tomilho e outras ervas, que são utilizadas pela moradora para a preparação de pratos. O bom é que quanto mais são usados, mais ganham vigor.
Temperos na vertical
Até quem carece de espaço e tempo não tem mais desculpa. Com painéis verticais, como este fabricado pela arquiteta cariocaAna Paula Souza, da Hortinha, dá para ter uma horta à mão. O biombo de ripas de madeira cumaru, de 3 x 1,8 m, abriga vários vasos com pimenta, planta que pede água todos os dias, além de ferramentas para cuidar do jardim, como o regador. Todos estão presos por ganchos de aço inox, que permitem mudancinhas a torto e a direito. Além dos temperos usados no dia a dia, como o alecrim e o orégano, ainda sobrou espaço para uma pitangueira. As placas de identificação também são produzidas pela arquiteta. Luminárias da La Lampe.
De estilo provence
Recheada de vasos de barro, a horta segue o clima provence adotado pelo paisagista Gilberto Elkis em todo o jardim desta casa de campo em Itatiba, interior de São Paulo. Entre as espécies, destacam-se o manjericão verde e o roxo, a cebolinha e o alecrim. Há também lavandas, variedade usada em chás, que se faz presente em outros cantos do quintal. Repare que todos os temperos ficam acomodados sobre caixas de cimento para que os cachorros da proprietária não devorem a plantação.
Via Casa e Jardim – revistacasaejardim.globo.com
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