Trabalho conjunto do MAPA e da Funai possibilitou a criação do primeiro Sistema Participativo de Garantia exclusivamente indígena
Pela primeira vez, uma instituição ligada aos indígenas passará a atuar como certificadora de produtos orgânicos no Brasil. O Ministério da Agricultura informou que a Associação Terra Indígena do Xingu (Atix) recebeu a autorização nesta semana, em um trabalho feito em conjunto com a Fundação Nacional do Índio (Funai).
De acordo com o Mapa, a autorização concedida à Atix cria o primeiro Sistema Participativo de Garantia (SPG)exclusivamente indígena. O SPG prevê a organização de uma estrutura de avaliação e verificação das características dos produtos, na intenção de certificá-los conforme as regras da produção orgânica.
“Esperamos que o credenciamento sirva de estímulo para que outros grupos indígenas a certificarem seus produtos”, disse o coordenador de Agroecologia do Minstério da Agricutura, Rogério Dias, em nota.
A Terra Indígena Parque do Xingu está na região nordeste do estado de Mato Grosso, numa área de transição ecológica entre Cerrado e Amazônia. Com 2,6 milhões de hectares, abriga cerca de sete mil indígenas de 16 povos distintos: Aweti, Ikpeng, Kaiabi, Kalapalo, Kamaiurá, Kĩsêdjê (Suyá), Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Wauja, Tapayuna, Trumai, Yudjá, Yawalapiti.
De acordo com a Funai, 70 apicultores de 39 aldeias das etnias kaiabi, Yujá, Kĩsêdjê e Ikpeng participam da produção de mel com certificação orgânica, mas o objetivo da Atix é ampliar o número de apicultores e etnias envolvidas.
Também em nota, o coordenador geral de promoção ao etnodesenvolvimento da Funai, Juan Negret, disse que “outros povos indígenas vão se credenciar, como os Sateré Mawé, com o guaraná”.
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