Estávamos subindo o Rio Grande do Sul, em direção à Porto Alegre, e decidimos passar em na cidade de Tapes para visitar a Coopat, uma cooperativa do MST (Movimento dos Sem Terra) (Arrepiou de ler o nome? Calma amigo, eles são do bem, sério!). No primeiro momento, já nos reunimos para apreciar um chimarrão e nos conhecer. Quando a recepção é natural, sentimos que a iniciativa fica ainda mais bela. Lá vai sua história!
Dentro da cidade, formou-se o assentamento Lagoa do Junco do MST, em 1995. Hoje moram cerca de 90 pessoas numa vila muito bem organizada, decorada com flores e som de pássaros. A cooperativa surgiu logo depois, em 1998. A importância de trabalhar coletivamente está enraizado na cultura local.
Com o passar dos anos, eles tiveram uma experiência bem assustadora com o uso deagrotóxicos. Um dos agricultores caiu no chão, tonto, escorrendo sangue pela boca e então começou uma nova era na cidade. Acabou essa história de veneno! Agora 100% da lavoura é orgânica. Hoje a Coopat trabalha com 400 famílias assentadas do Rio Grande do Sul que formam a maior marca de arroz orgânico da América Latina: a Terra Livre. Totalmente produzida em assentamentos de reforma agrária!
“VAGABUNDOS!!!!!!”, muitos bradariam depois de ouvir essa informação. Pois não são.
Contrariando o que rola no senso comum, a grande maioria (para não dizer todos) é formada por trabalhadores. Acordam cedo, têm família, pagam contas, produzem arroz orgânico que não envenena ninguém e nem a terra. São pessoas simples que sempre nos recebem de braços abertos. Aqui não foi diferente.O encontro foi lindo. Mais lindo foi receber a informação de que os principais clientes deles são prefeituras que usam o arroz na merenda escolar.É isso: as crianças que estudam em escola pública estão se alimentando com arroz (entre outros produtos) orgânicos. Maravilha!Que a produção agroecológica, cooperativa e familiar continue crescendo e tomando o espaço que hoje é da indústria “convencional”, aquela que está destruindo a vida e o ambiente de muitas pessoas e animais!Assista a entrevista com o presidente da Coopat
aqui.
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Lavoura de arroz orgânico: ao lado floresta e outros tipos de vida. Amém!
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Arroz sem veneno nem fertilizantes químicos, vulgo NATURAL: como foi cultivado por SÉCULOS… mas há uns 60 anos inventaram de começar a tacar venenos extremamente nocivos para matar formas de vida indesejadas à produção.
Não imaginavam que isso nos traria MUITOS problemas… Ainda bem, aos poucos a gente vai entendendo e voltando pra uma agricultura mais bonita. 🙂
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Agroindústria
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Máquinas de beneficiamento do arroz: infelizmente o “mercado”(vulgo as pessoas hehe) ainda preferem o arroz branco ao integral. No arroz branco a parte mais rica do arroz fica para trás, sobrando só o carboidrato(o miolinho do grão)
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Se não é divertido, não é sustentável.
Um brinde ao trabalho e a boa recepção, com direito a muitos sorrisos.
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Da lavoura ao ensacamento: tudo feito por aqui mesmo.
Economia de energia e custos.
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Nossa sombra na rua linda do assentamento Lagoa do Junco em Tapes 🙂
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The Greenest Post
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Adorei o trabalho dessa gente . Duas perguntas : o arroz é de que tipo ? cateto vermelho, perolado , agulha ? E como eles conseguem produzir monocultura sem invasão de pragas ?