A Europa pode economizar mais de US$ 1,8 trilhão por ano com melhorias na gestão do lixo. Um terço disso viria apenas da economia no consumo de recursos naturais. O Brasil, segundo a McKinsey & Company, é outro país que teria muito a ganhar com mudanças na forma como lida com os mais de 330 quilos anuais que cada um de seus cidadãos gera em média por ano.
Em média, a concentração de ouro em lixões é maior do que aquela encontrada nas minas de onde o metal é originalmente extraído. O custo com coleta e destinação de resíduos orgânicos pode ser coberto pela venda de composto fabricado a partir desse material.
Essas são apenas algumas das oportunidades que hoje são, literalmente, jogadas fora. Destravar o valor do lixo, segundo a McKinsey, passa pela integração da gestão de resíduos e pela adoção de políticas públicas que incentivem o setor de reciclagem. A mudança teria de ser profunda, para que serviços diferentes deixem de ser contratados de forma isolada, por períodos curtos que não favorecem investimentos. Mais do que isso, seria importante adotar métricas de remuneração que, ao contrário do que acontece hoje, incentivem companhias do setor a conscientizar a população a gerar menos lixo.
Mais incentivos à reciclagem trariam benefícios ainda maiores, e diretos. Pela legislação atual, a carga tributária sobre produtos reciclados é, em alguns casos, maior que aquela aplicada a materiais virgens. Sem incentivo, e com o alto custo relacionado à atividade de reciclagem, perde-se a oportunidade de gerar valor com o lixo e, de quebra, reduzir o custo de lidar com ele e o próprio impacto ambiental da sociedade.
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