31 de dezembro, 2015
Em 1974, Yacouba Sawadogo viu a seca assolar o Sahel, a zona ecoclimática e biogeográfica de transição entre o norte do deserto do Saara e o sul da savana sudanesa.
Desde então, o agricultor reviveu uma antiga técnica de cultivo que melhora a qualidade do solo, tornando terras desérticas em férteis.
Denominada ZAi, o método consiste em cavar regos de uns 20 cm em que se deposita esterco e composto ao lado das sementes. Após as primeiras chuvas, o rendimento da terra chega a multiplicar-se por quatro.
Junto com as sementes de milho e sorgo, começaram a crescer árvores.
Em Quahigouya, Capital de Yatenga, no Norte de Burkina Fazo, Sawadogo criou em 20 anos um bosque de 20 hectares.
Enquanto as pessoas abandonavam suas casas e suas terras, ele seguia buscando melhorar a região e repovoar com árvores Gourga.
Na época, o consideraram louco, mas, 40 anos depois, ele já tornou as férteis e próprias para cultivo mais de 3 milhões de hectares de terras desérticas em 8 países do Sahel.
Montado em sua moto, também percorreu o país para ensinar a técnica para outros agricultores que ainda viviam por lá. Hoje, aos 67 anos, o consideram um herói.
Abaixo, você pode ver o documentário “O homem que deteve o deserto”, de 2010, do cineasta Mark Dodd.
“Se cortamos 10 árvores diariamente e não plantamos uma só em um ano, vamos caminhar direto para a destruição”, diz sabiamente Sawadogo.