Aumento da oferta de tintas sustentáveis para a construção civil se dá através da iniciativa dos fabricantes, que mostram uma preocupação maior com o bom uso de recursos naturais no processo de fabricação.
De acordo com dados da ABRAFATI – Associação Brasileira de Fabricantes de Tintas, 90% das tintas imobiliárias são hoje à base de água, o que diminui muito o uso de solventes orgânicos no produto, trazendo ganhos ambientais por reduzir a emissão de VOCs (compostos orgânicos voláteis). Além disso, ainda segundo fontes da associação, há uma busca de soluções mais sustentáveis, em termos de matérias-primas, formulação, processo de produção, logística, aplicação das tintas, disposição de resíduos etc., que vem sendo o principal direcionador da pesquisa e da inovação tecnológica no setor de tintas no Brasil.
Há diversas iniciativas que vêm sendo desenvolvidas pela indústria de tintas e seus fornecedores no sentido de promover o atendimento às demandas de sustentabilidade. Um exemplo, é o alto investimento em técnicas e desenvolvimentos que permitem ter produtos com impacto ambiental minimizado, buscando o melhor aproveitamento de matérias-primas, energia e água, a produção mais eficiente com geração de menos resíduos.
De outro, há novidades na praça, como tintas à base de terra, nas quais o próprio solo fornece o pigmento, e o retorno com sucesso das tintas à base de cal, com novas técnicas e mais tecnologia.
Com relação às tintas sustentáveis, o Brasil está incluído no programa Coatings Care, um sistema de alcance mundial no qual os fabricantes de tintas assumem o compromisso de respeitar uma série de procedimentos e soluções integradas destinados a proteger o meio ambiente, a segurança e a saúde ocupacional. Todos os fabricantes de tintas membros da ABRAFATI devem, obrigatoriamente, aderir a esse programa.
De qualquer maneira, no momento da compra, é sempre bom agir com cautela. Se de um lado novas tecnologias aumentam o poder de cobertura e a durabilidade das tintas – o que permite o uso de menos tinta e menor criação de poluentes – os rótulos podem não dizer muita coisa: não existem no Brasil normas técnicas que permitam definir um produto como “sustentável” ou “ecológico” e esses termos podem ser usados por qualquer um.
Nessa linha, as tintas à base de terra constituem uma categoria à parte. Elas são hoje relativamente comuns e podem ser compradas prontas para aplicação. Sua principal vantagem é permitir que as paredes “respirem”, ao contrário do que acontece com as tintas convencionais, que impermeabilizam as superfícies.
A terra vem de jazidas certificadas e há várias cores disponíveis, em tons de amarelo, alaranjado, cinza, creme e outros. A cor é dada pela própria terra usada na preparação. As tintas podem ser usadas em paredes externas e internas, com acabamento liso ou texturizado.
Com relação às tintas à base de cal, sua grande vantagem é a economia. Elas normalmente dispensam produtos químicos e podem, inclusive, ser preparadas em casa. Isso as torna muito vantajosas quando o problema é revestir grandes superfícies, como muros extensos.
São ótimas para superfícies porosas e aceitam paredes internas e externas. Podem receber corantes naturais, como o óxido de ferro. Mas têm suas desvantagens: não podem, por exemplo, ser usadas em superfícies que já foram pintadas com outro tipo de tinta, não funcionam em superfícies lisas, como cerâmica, demoram mais para secar e sua durabilidade é menor.
No fim, é uma questão de fazer contas. Já passou o tempo em que famílias de classe média resistiam às “caiações”. O resultado, hoje, pode ser muito bonito – e ainda poupar muito dinheiro nos custos de uma obra.
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