27 de janeiro, 2019
A sustentabilidade vem ganhando espaço no mercado da construção civil. As “edificações verdes” alcançaram um patamar histórico nos últimos 10 anos e deixaram de ser um privilegio das construções de alto padrão. Hoje escolas, creches, lojas de varejo, comércio, residências, hospitais, entre outras edificações, públicas ou privadas, já são consideradas sustentáveis. Hoje a construção verde faz parte de um novo olhar sobre o planejamento urbano e vem compor um panorama de inovação, com tecnologia e funcionalidade.
Parte desse crescimento está nos benefícios que as edificações verdes trazem às pessoas e ao meio ambiente. Além disso, as construções sustentáveis são consideradas hoje o melhor modelo de negócio no segmento imobiliário, agregando valor ao imóvel.
Estudo da Universidade de Harvard aponta que os ganhos financeiros atrelados às mudanças climáticas e melhoria com saúde e bem estar oferecidos pelas edificações verdes são de 16,05 dólares por metro quadrado. Nesse cenário, de 2007 a 2016, o Brasil gerou uma economia total de 348 milhões de dólares, sendo 251 milhões em economia de energia, 11 milhões em economia por reverter impactos provenientes das mudanças climáticas como, por exemplo, mortes causadas por poluição do ar ou prejuízos causados nas regiões costeiras e 86 milhões em redução de poluição, resultando em menos absenteísmo e redução nos gastos com consulta médica.
Além dos ganhos ligados à qualidade de vida e preservação ambiental, as construções verdes também agregam ganhos financeiros. Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que analisou mais de 2.000 prédios comerciais na cidade de São Paulo, entre o 1º trimestre de 2010 e o 3° trimestre de 2014, aponta que as construções verdes são a melhor opção de negócio no mercado imobiliário. Os dados mostram que o reconhecimento de uma construção como sendo sustentável promove uma valorização por metro quadrado no aluguel de 4% a 8%.
No mesmo estudo, também se identificou que as construções verdes registraram taxa de vacância de 28,6% contra 34,1% nas edificações não certificadas. Outro ponto avaliado é que prédios verdes têm taxas de condomínio com valores entre 15% e 25% abaixo dos valores cobrados em edifícios convencionais. “Soma-se a isso uma percepção do mercado de as pessoas têm uma predisposição para investir em imóveis sustentáveis, o que por si só agrega valor aos empreendimentos”, afirma Felipe Faria, diretor executivo do Green Building Council Brasil (GBC Brasil) e presidente do Comitê dos GBCs das Américas pelo World Green Building Council.
Faria explica que o Brasil desponta nesse cenário sendo o 4º país no ranking mundial de edificações certificadas LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), certificação renomada no mercado imobiliário internacional, presente em 167. “O Brasil conta hoje com 1.283 projetos registrados e destes, 478 certificados. Em 2017, foram 31 projetos novos e 72 certificados, números que têm mostrado crescimento, o que mostra a maturidade que o mercado brasileiro de construções sustentáveis vem atingindo”, considera o executivo.
Imagem: banco de imagens