08 de novembro, 2017
Claudia Lessa
Um empreendimento certificado na faixa A (a mais eficiente) com a Etiqueta PBE Edifica, que faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem – coordenado pelo lnmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), em parceria com a Eletrobras – chega a proporcionar uma economia de energia elétrica de 30% a 50%.
A etiqueta classifica os imóveis em cinco faixas (de A a E), num nível decrescente de eficiência energética.
O objetivo é incentivar a elaboração de projetos arquitetônicos que aproveitem ao máximo a iluminação e ventilação naturais.
A Etiqueta PBE Edifica — que segue as mesmas características adotadas para a etiquetagem de eletrodomésticos de baixo consumo de energia elétrica ainda é embrionária no setor imobiliário baiano.
Na Bahia, até o momento, há dois empreendimentos certificados – Hangar (Odebrecht) e Salvador Norte Shopping. No País, já foram emitidas 745 Etiquetas PBE Edifica, em menos de três anos de lançamento do programa, conforme dados do Inmetro.
Mais eficiência
“Com a maior procura dos construtores pelas certificações existentes, o mercado da construção civil tende a se adequar, não só para fornecer as informações necessárias como para melhorar os seus produtos, tornando-as mais sustentáveis e eficientes energeticamente”, avalia a gerente da Divisão de Eficiência Energética em Edificações da Eletrobras, Maria Tereza Marques da Silveira.
Conforme o vice-presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Estado da Bahia (Ademi-BA), Luciano Muricy Fontes, a questão da sustentabilidade é uma bandeira que a entidade vem carregando e o setor imobiliário está, cada vez mais, envolvido com o assunto.
“Tanto que, recentemente, promovemos o terceiro fórum sobre o tema com o objetivo de despertar nas empresas a questão da construção sustentável. Creio que estamos numa fase de transição, mas a economia energética é irreversível”, observa Luciano Muricy.
Segundo Maria Tereza, ajustes no mercado da construção civil precisam ser feitos. “Serão necessários, por exemplo, projetos que incorporem os parâmetros do Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética – RTQ, que é o documento que norteia a classificação a ser atingida; informações específicas sobre o sistema de condicionamento de ar e especificação dos próprios materiais utilizados na envoltória (fechamentos das paredes e lajes)”, pontua a representante da Eletrobras.
Etiqueta é aplicada em edificacões residenciais, comerciais e públicas
Garantir as edificações analisadas um desempenho energético mais eficiente, incentivar projetos arquitetônicos com materiais adequados ao clima local e despertar a percepção do consumidor quanto aos critérios para a escolha de um imóvel são algumas das vantagens da Etiqueta PBE Edifica.
A Etiqueta se aplica a edificações residenciais, comerciais e públicas, que são responsáveis por, aproximadamente, 45% do consumo de energia do Brasil, principalmente no uso da iluminação artificial e ar-condicionado, segundo dados do grupo Neoenergia.
“Por enquanto, profissionais da Coelba estão fazendo a certificação, quando solicitada por empresas.
Mas, a tendência é que arquitetos e engenheiros se capacitem cada vez mais para realizar a avaliação, que é encaminhada ao lnmetro, o responsável por emitir a certificação”, explica Ana Christina Romano Mascarenhas, assessora de Eficiência Energética do grupo Neoenergia.
Sistemas
O processo de etiquetagem de edificações comerciais e publicas, conforme Ana Christina, avalia os sistemas de iluminação artificial, ar-condicionado e o sistema construtivo da envoltória (fachadas e cobertura), de acordo com o clima local.
Para as edificações residenciais, os sistemas analisados são a envoltória para verão, envoltória para inverno (apenas para cidades mais frias), ventilação natural, iluminação natural e artificial, sistema de aquecimento de água, além da avaliação das áreas de uso comum das edificações multifamiliares ou de condomínios de edificações residenciais.