Seria o bambu um substituto ideal para o aço? Na busca da resposta desta e de outras perguntas envolvendo este material como um novo sistema construtivo, o bim.bon consultou trabalhos acadêmicos e projetos de arquitetura que tem o bambu como matéria-prima. Para saber mais sobre cada um, basta clicar na imagem. Leia o post completo na íntegra a seguir:
Kontun Cafe | Vo Trong Nghia Architects
Disponível em grandes quantidades, sustentável e resistente. A maioria dos estudos recentes apontam os benefícios do bambu como um material de construção ecologicamente correto, com o potencial de substituir o aço em um futuro próximo.
E não há como negar: os cálculos demonstram que a energia necessária para produzir 1m3/unidade de materiais utilizados na construção civil, como aço ou concreto, é 50 vezes maior que a mesma quantidade necessária de bambu, que cresce rápido, é fácil de colher e transportar e é extremamente barato. A promessa de novo material também apresenta resistência à tração 6 vezes maior que a do aço.
Toda essa força vem de um processo evolutivo que dura milhares de anos, que fazem do bambu uma espécie de grama alta com um tubo oco, resistente aos esforços do vento.
Casa de Baixo Custo | Vo Trong Nghia Architects
No entanto, o bambu ainda tem um coeficiente de dilatação alto, que significa que o material é mais sensível a mudanças de temperatura e absorve água. Além disso, como todo vegetal, é um material suscetível a biodegradação, pragas e insetos.
Para solucionar este problema, diversos experimentos realizados na PUC-Rio e pela Associação Brasileira de Materiais e Tecnologias Não-Convencionais procuram soluções não só para impermeabilizar, secar e tratar o bambu, como efetivamente incorporá-lo a sistemas construtivos convencionais.
A ideia é que as fibras vegetais possam ser usadas tanto sozinhas como em armações de diversas matrizes, como solo e cimento. E isso não está longe de acontecer.
Casa de Chá Pátio de Bambu | HWCD Associates
Em 1979 os pesquisadores da PUC-Rio conduziam testes de colunas feitas de bambu, comparando-as com as estruturas de aço utilizadas em viadutos. 30 anos depois os cientistas descobriram que o aço estava seriamente deteriorado pela corrosão e compararam essa situação com uma coluna de cimento reforçada com bambu tratado, que estava em condições satisfatórias 15 anos depois.
Antes da década de 80 o uso de bambu como material no Brasil era limitado a construção de algumas pequenas moradias e andaimes. Hoje o material está integrado ao padrão ISO e estará disponível para o público em breve.
Aliás, a falta de disponibilidade e informação é a principal crítica dos cientistas à indústria. Não conhecer um material local e renovável faz com que os consumidores sempre escolham materiais industrializados, que tem detalhes técnicos e informações disponíveis com facilidade.
Até o momento 4 espécies de bambu são cotadas para integrarem os catálogos de materiais de construção. A partir de uma equação simples os designers e arquitetos poderão escolher o tipo ideal de bambu, baseado na espessura, utilização e qualidade estética.
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