O pavilhão japonês na Expo Mundial de Hannover foi construído com tubos de papelão.
Conheça os edifícios sustentáveis do arquiteto Shigeru Ban, feitos com papel, madeira e materiais reutilizados.
Tubos de papel, bambu, tecido, contêineres de navio e caixotes de cervejas são materiais que até podem compor construções sustentáveis, mas não prédios bonitos e confortáveis, certo? Não para Shigeru Ban, arquiteto japonês que criou sofisticados museus, salas de concerto e igrejas com esses materiais. Seus prédios lhe renderam em 2014 o Pritzker, maior prêmio da arquitetura mundial.
“Quando comecei a trabalhar desse jeito, há quase 30 anos, ninguém falava sobre o meio ambiente”, contou o arquiteto aos organizadores do prêmio. “Mas esse jeito de trabalhar veio naturalmente para mim. Sempre estive interessado em materiais reutilizáveis, de baixo custo e origem local”, complementa. Além de tomar cuidado com o uso dos materiais, Ban cria estruturas esbeltas, que privilegiam a luz e ventilação naturais.
Ban não projeta edifícios apenas para os clientes ricos. É presença frequente em regiões afetadas por guerras e desastres naturais. Começou seu trabalho humanitário em 1994, quando criou abrigos para os refugiados do genocídio de Ruanda. Desde então, já atuou no Japão, Turquia, Índia, Sri Lanka, China, Haiti e Nova Zelândia. Atualmente atua nas Filipinas, com a ONG que criou, a Volunteer Architects Network.
Lá, constrói abrigos e prédios comunitários lado a lado com a população local. Tubos de papelão impermeabilizados geralmente compõem as colunas, vigas e paredes de seus edifícios. Isso porque o material costuma ser barato, disponível e fácil de transportar.
Para criar bons prédios com esses materiais, o arquiteto inventou novas técnicas. A catedral de Christchurch, na Nova Zelândia, por exemplo, foi construída com uma estrutura de tubos de papelão inspirada em técnicas de construção tradicionais japonesas. Foi no edifício que os moradores se reuniram depois que um terremoto destruiu a cidade em 2006.
Nine Bridges Golf Club House. O edifício tem estrutura de madeira e painéis de vidro
A catedral de papelão em Christchurch, Nova Zelândia, substituiu a igreja destruída no terremoto de 2011
A catedral de Christchurch é o maior cartão-postal da cidade e além de cultos, recebe shows e eventos
O Centro Pompidou-Metz em Paris possui cobertura de madeira e abriga um museu e teatro
A cobertura do Centro Pompidou-Metz é feita com madeira trançada e membrana de fibra de vidro
Estúdio temporário feito com estrutura de papel durante a construção do Centro Pompidou-Metz
Sala de concertos de papel em L’Aquila, Itália, construída após o forte terremoto ocorrido em 2011
Escola temporária em Chengdu, China feita por cento e vinte voluntários com tubos de papel
Casa temporária construída em conteiner com mobília de papelão em Onagawa, Japão
Igreja de papelão em Kobe, Japão. Fiéis a construíram em cinco semanas após o terremoto de 1995
Abrigo em Bhuj, Índia. As casas têm paredes de papel, teto de bambu e revestimento de plástico
Sistema de divisórias de papel propicia maior privacidade a famílias atingidas por desastres naturais
Fotos:
Shigeru Ban: Divulgação Shigeru Ban Architects
Fotos: 1, 2, 10, 11: Hiroyuki Hirai
Fotos 3, 6, 7, 8: Didier Boy dela Tour
Fotos 4 e 5: Stephen Goodenough
Foto 9: Li Jun
Foto 12: Kartikeya Shodhan
Foto 13: Voluntary Architects’ Network
Via Namu por Nilbberth Silva
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