Em entrevista à TV COP26 , o canal oficial da conferência global do clima em Glasgow, o presidente da ISWA, Carlos Silva, falou sobre o problema da queima a céu aberto de resíduos.
Dois bilhões de pessoas em todo o mundo não têm serviço de coleta de lixo e três bilhões de pessoas não têm um destino adequado para seus resíduos. Com isso, esses resíduos vão para lixões a céu aberto, no mar ou são queimados. “Falta a consciência de que isso realmente é perigoso para o meio ambiente, para a saúde das pessoas. Queríamos levar esse tema para a COP26 para focar no fato de que soluções são urgentes”, explicou Silva. Junto com parceiros como WasteAid , EngineeringX e UN Habitat para um futuro urbano melhor, a ISWA organizou um painel de discussão em 8 de novembro, que ainda está disponível aqui . O tema também será debatido no dia 11 de novembro em evento online organizado pela WasteAid. A gravação também estará disponível posteriormente.
“A queima de resíduos a céu aberto é a responsável pela maior parte das emissões de carbono negro em todo o mundo. O carbono negro causa danos ao sistema imunológico, ao sistema respiratório, ao sistema em desenvolvimento”, explicou Carlos Silva. Mas não é só isso: “O despejo e a queima a céu aberto poluem o solo, os lençóis freáticos, o ar, a vegetação, os recursos alimentares. Portanto, temos uma cadeia de danos sendo causados. E de acordo com um relatório recente da EngineeringX é a causa de milhões de mortes prematuras todos os anos em todo o mundo, principalmente em áreas menos desenvolvidas. ” O maior risco, claro, é para as pessoas que moram perto. “Muitas vezes eles não estão cientes do perigo, mas precisamos dizer às pessoas que eles estão se matando.” De acordo com o presidente da ISWA, uma boa gestão de resíduos deve ser considerada um direito humano básico. ” Nós realmente precisamos fornecer sistemas adequados de coleta de lixo. Para isso, precisamos ter um esquema de governança que inclua infraestrutura, finanças, estrutura e engajamento de diferentes partes interessadas. “
O problema, claro, não é apenas local. “Se acabarmos com o despejo a céu aberto, se acabarmos com a queima a céu aberto e oferecermos melhores sistemas de gestão de resíduos, podemos contribuir para mitigar quase vinte por cento das emissões globais”, diz Silva. “Temos muitos parceiros para apoiar projetos concretos que mostrem ao mundo que é possível fazer acontecer. E queremos apresentar esses projetos no próximo ano na COP27 na África.
