09 de janeiro, 2019
O município já é o segundo do Rio Grande do Sul com maior potência instalada na geração de energia solar, atrás, apenas de Santa Cruz do Sul.
Placas com células fotovoltaicas instaladas em casas e usinas como a inaugurada, nesta semana, pela família Schuh, em Linha Barbosa, já têm capacidade de gerar 3.053,10 quilowatts – quase 4% do total da energia solar produzida no estado, conforme relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Para o sócio-proprietário da Nettelin Energia Solar e Engenharia, Paulo Ricardo Coutinho, a utilização de energia solar é uma tendência e garante benefícios ambientais e financeiros. ‘O mercado desse segmento se aqueceu nos últimos anos e esse é o futuro’, considera.
A empresa venâncio-airense iniciou as atividades em 2012, com foco em instalação elétrica predial, mas, há 3 anos, voltou-se ao segmento de energia solar. Coutinho observa que, entre as fontes de energia limpa e renovável, essa é a mais viável de ser implementada.
‘A geração de energia eólica demanda uma estrutura muito grande e é inviável para residências, por exemplo. Além disso, na nossa região, a energia solar é a mais adequada, pois o sistema pode ser instalado tanto em telhados como em campos’, comenta.
Sócio-proprietário e diretor técnico da Nettelin, Dyaronan Alves Model compara o investimento em um sistema de energia solar a uma antecipação da conta de luz. ‘Em média, em 4 anos, tira-se o investimento. Quanto maior o sistema, mais rápido ele se paga. Em uma casa isso demora mais, mas em uma indústria, que consome muita energia, logo o investimento se paga’, destaca, ao lembrar que as placas têm 25 anos de garantia de rendimento. ‘Daqui a 25 anos, elas estarão gerando até 80% da capacidade com a qual começaram’, cita.
247 é o número de Unidades Consumidoras que recebem os créditos pela geração de energia em Venâncio Aires, a partir de placas fotovoltaicas, conforme a Aneel.
Como funciona o sistema
1 Qualquer pessoa física ou jurídica com uma conta de energia elétrica pode implantar um sistema de energia solar. O projeto deve ser elaborado por uma empresa especializada, com base no consumo do cliente.
2 À base de silício, as placas fotovoltaicas captam luminosidade e as transformam em energia de corrente contínua.
3 Depois disso, o inversor transforma a energia em corrente alternada para que seja encaminhada à rede elétrica.
4 Nos locais onde há sistema de energia fotovoltaica, utiliza-se um relógio bidirecional. Além de medir o consumo, ele controla o quanto de energia é gerada.
5 Quando a quantidade de energia gerada é maior do que a consumida, ela se transforma em créditos junto à empresa concessionária de energia. Assim, é possível descontar o valor em um período quando não é possível gerar a quantidade necessária de energia, como no inverno, quando a luminosidade é menor.
Linha de crédito
Com uma linha de financiamento voltada a sistemas de energia solar, a Cooperativa Sicredi Vale do Rio Pardo pretende fechar 2018 com R$ 35 milhões em crédito para produção de energia. Em toda a região, 367 pessoas físicas e jurídicas já acessaram a linha de crédito, entre as quais 79 são de Venâncio Aires.
De acordo com o diretor executivo da Sicredi Vale do Rio Pardo, Márcio Algayer, o objetivo do financiamento é fomentar a valorização e a geração de energia limpa e renovável, fortalecendo a preservação ambiental. ‘Não existe tamanho mínimo exigido para o sistema, porém, o recomendável é sempre que o projeto contemple o atendimento de seu consumo. O financiamento é realizado sempre com base no projeto apresentado, podendo ser financiado até 100% do valor, com prazo para pagamento de até 120 meses’, explica.