Enquanto alguns choram outros vendem lenços. Essa filosofia parece se encaixar à Shineray, que busca fazer do atual período delicado da economia nacional um trampolim a um novo momento da marca. A gente explica.
A empresa brasileira com fábrica em Pernanbuco está trabalhando em diferentes frentes com o objetivo de expandir sua atuação no país. Uma das mais interessantes é o investimento em motos elétricas.
Thomas Edson diante da fábrica da Shineray. Marca prevê crescimento em meio à pandemia
A empresa passou a apostar em veículos elétricos em 2021. Assim, oferece 13 opções eletrificadas no mercado, sendo dez modelos de patinetes elétricos e três de ciclomotores. Porém, nenhuma motocicleta.
Ainda sem motos, Shineray já tem vários veículos elétricos. Alguns curiosos, como o patinete PT8
Isto irá mudar logo. Sua primeira moto elétrica é a SHE 3000, que deve chegar às lojas e ter seu preço divulgado em breve. Até 2022 a marca quer ter mais três motos nas lojas, com diferentes voltagens. Segundo as informações exclusivas ao Motonline, o investimento previsto para novos produtos elétricos é de aproximadamente R$ 20 milhões.
Historicamente, a Shineray é conhecida pelo preço acessível de seus produtos. A relação custo e benefício é um dos pilares do sucesso que a marca obteve com os ciclomotores há alguns anos, por exemplo. Mas podemos aguardar novidades.
Para a marca, o principal público do ainda embrionário mercado de elétricos são as camadas A e B
A marca passou a mirar também no público com maior poder aquisitivo, num reflexo de seus investimentos em elétricos. “A procura pelos modelos elétricos vem de forma mais significativa do consumidor das faixas de renda A e B. Dentro desse mesmo mercado, oferecemos vários modelos e preços variados”, informou Thomas Edson, diretor de supply chain.
Isto significa que a Shineray não irá mais oferecer motos baratas? Em tese, não. “A Shineray continua oferecendo um mix de modelos na sua linha à combustão e segue com foco na qualidade e nos preços competitivos”, afirma o gestor.
Além de produtos inéditos, levar uma marca a outro público requer uma nova estratégia. Por isso a Shineray tem investido na criação de novas lojas – e de grife.
Esta é a loja conceito da Shineray em Refife. Até o final do ano devem surgir espaços em São Paulo, Rio e Minas Gerais
A empresa inaugurou sua primeira loja de fábrica em Recife (PE) há alguns meses, num conceito diferente do visto em seus mais de 200 pontos de vendas do país, entre revendas e multimarcas. Ela traz o conceito de showroom em um outlet de marcas premium.
“Para o segundo semestre, programamos a abertura de mais 3 lojas, em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Já estamos analisando novas propostas de pelo menos 20 investidores em todo o país, principalmente em São Paulo”, afirma Edson.
Para a Shineray, este ‘é um mercado embrionário com grande possibilidade de passar por uma ampla expansão’. De acordo com o executivo, “os números positivos com nossa linha de patinetes elétricos mostram que a mudança de mentalidade já é uma realidade, embora ainda tenhamos muito trabalho pela frente”.
A primeira moto elétrica da Shineray é a SHE 3000. Seu design remete às street tradicionais, à combustão, com linhas quase conservadoras.
A nova moto elétrica da Shineray é a SHE 3000. Modelo tem design tradicional, autonomia para 120 km e velocidade máxima perto dos 80 km/h
As dimensões também soam familiares. Possui 1.950 mm de comprimento, 670 mm de largura, 1.400 de entre eixos e 1.140 mm de altura. Desta forma, é bem similar a uma CG 160, por exemplo.
Para comparação, A Honda é 8 cm mais longa e 1 cm mais alta. Porém, a Shineray é bem mais leve. São 80 kg contra 117 kg, ambos a seco. Ou seja, 37 kg de diferença.
Nova moto elétrica da Shineray ainda não teve seu preço definido. Modelo chega às lojas ainda em 2021
Já o motor é diferente. Trata-se de um elétrico de 72V com 3000W de potência, capaz de levar o modelo aos 80 km/h (reais, cerca de 100 km/h) de velocidade final. Tem os modos de condução eco low, standard e turbo sepeed, além de uma função ré.
Sua bateria de lítio tem 72V e 50AH. Assim, promete até 120 km de autonomia. O carregamento completo em tomadas convencionais leva de 6 a 7 horas.
Por fim, a ciclística. Possui suspensão com garfo telescópico na dianteira e dois amortecedores atrás. As rodas são de liga leve, calçando aros 18 e 17 polegadas. Já os freios são a disco, nas duas rodas.
Ainda não sabemos qual será o preço da nova moto elétrica da Shineray. O modelo deve revelar este e outros detalhes relevantes em breve, antes de chegar às lojas.
Seu lançamento está previsto ainda para o segundo semestre de 2021. Ela estará disponível em duas cores, já tradicionais da marca. Vermelho e preto.
