11 de junho, 2018
Atualmente, o maior inimigo do meio ambiente são os combustíveis fósseis que usamos para abastecer nossos carros, trens, aviões e fábricas. Eles inundam nossa atmosfera com dióxido de carbono, que tem atingido níveis historicamente altos.
E se pudéssemos capturar diretamente o CO2 da atmosfera e transformá-lo em combustível? Essa não seria uma imensa vitória no combate à mudança climática?
Pois é exatamente o que está propondo a empresa canadense Carbon Engineering. Em um novo estudo publicado na revista científica Joule, os desenvolvedores da companhia argumentam que descobriram uma maneira de tornar esse processo eficaz e barato.
Pesquisas anteriores sugeriram que a ideia de sugar carbono do ar, um processo chamado de “captura direta”, era muito cara para ser prática. A remoção de CO2 saía a US$ 600 por tonelada.
No entanto, os pesquisadores da Carbon Engineering demonstraram que podiam sugar CO2 do ar por um custo de US$ 94 a US$ 232 por tonelada.
A companhia canadense tem trabalhado para tornar esse processo acessível desde 2015. Sua usina utiliza energia hidrelétrica para extrair o CO2 do ar e convertê-lo em combustível sintético, um que é capaz de competir com combustíveis fósseis tradicionais.
Esse é um grande avanço: mostrar que a tecnologia pode ser economicamente viável e fornecer um meio alternativo de gerar combustíveis com baixo teor de carbono que podem “penetrar” na infraestrutura existente, abastecendo nossos carros e aviões.
O progresso é especialmente importante porque, enquanto as energias solar e eólica continuam a ficar mais baratas, podendo futuramente fornecer eletricidade para cidades inteiras, não podem ser usadas para fazer veículos se locomoverem.
Combinando fontes de energia renováveis existentes com o sistema de captura de CO2 do ar, a Carbon Engineering pode gerar um combustível essencialmente neutro em carbono.
Conforme explica David Keith, fundador da Carbon Engineering à CNET, isso significa que podemos fazer gasolina ou diesel via captura direta, mas a quantidade de carbono que esses combustíveis emitem quando queimam é a quantidade que usamos para fabricá-los, daí sua qualidade de “carbono neutro”.
Uma vez que a empresa já possui a prova de conceito e a possibilidade de escalar tal sistema, Keith se disse positivo sobre o futuro da tecnologia. “Estou razoavelmente otimista. Os mercados para esses combustíveis parecem existir. A Califórnia, especialmente, [já] tem um padrão de combustível de baixo carbono, o Canadá está desenvolvendo um padrão [também]”, argumentou. [Cnet]
Via Hypescience por Natasha Romanzoti