O piso solar da empresa de Budapeste tem o objetivo de gerar energia limpa de maneira ecologicamente correta, já que sua base é o plástico reciclado.

As ideias de sustentabilidade, nos últimos anos, têm surgido de maneira intensa, visando à redução de lixo, à produção de energia limpa e à redução dos impactos no planeta. O aquecimento global está no centro da discórdia entre os que compreendem explicações científicas e os que se recusam a mudar o estilo de vida, acreditando que os recursos minerais e biológicos são inesgotáveis.

Temos assistido às mudanças climáticas intensas de camarote, vendo o degelo das calotas polares, a elevação do nível do mar, a morte de milhares de espécies marinhas em decorrência do excesso de lixo e produtos químicos no oceano, o aumento da temperatura do globo, entre outros impactos alarmantes. Não são poucos os especialistas que afirmam a mesma coisa: estamos acelerando o processo de destruição de onde moramos, do lugar que chamamos de lar.

Os problemas ambientais precisam ser encarados como sendo de todos os cidadãos, principalmente na hora de cobrar do poder público ações efetivas para melhoria na qualidade de vida e na preservação da fauna e da flora. Mas não podemos nos esquecer que, no dia a dia, também precisamos fazer nossa parte, com ações que, em conjunto, impactam positivamente o planeta.

Pensando nisso, três amigos de infância tiveram a ideia de utilizar resíduos plásticos (com o que ninguém sabe ao certo o que fazer) na produção de pedras de pavimentação. Se essa ideia já parece interessante, saiba que o engenheiro mecânico Imre Sziszák, o engenheiro químico József Cseh e o paisagista Miklós Ilyés ainda aproveitaram para tentar gerar energia limpa e renovável utilizando o mesmo material.

A ideia nasceu em 2015, e com muita sede de mudança, os três optaram por colocá-la em prática rapidamente, enviando a ideia para uma competição chamada Smart City Lab, do Terminal Design, a qual venceram. Sob o nome de PLATIO, a competição de startups atraiu investidores privados para a empresa.

No ano seguinte, a equipe de desenvolvimento de produto da empresa apresentou aqueles que seriam os primeiros protótipos, e fizeram o lançamento em 2017. Desde então, a equipe não sossegou, e vários outros projetos foram implementados para diferentes áreas de aplicação, como sistemas de carregamento de carros elétricos, de fornecimento de energia de portão marinho e até móveis inteligentes para área externa.

A empresa saiu dos sonhos de três amigos e chegou a mais de 15 pessoas, com distribuidores em 37 países, incluindo o Brasil. Com o principal objetivo de implantar um futuro verde, em que os materiais reciclados e a tecnologia solar se tornem tanto parte da arquitetura moderna quanto do estilo de vida da população, os empreendedores oferecem energias renováveis para cidades inteiras, edifícios, residências e até portos.

A ideia é substituir a pavimentação e o asfalto cinza por algo esteticamente agradável e útil em espaços urbanos e privados. As placas solares de pavimentação

da PLATIO podem ser colocadas em terraços, calçadas ou até mesmo pavimento de vias públicas, pois não existe uma superfície que seja desaconselhável sua aplicação.

Além de contribuir para a sustentabilidade do planeta, ainda possui vantagens técnicas, como maior durabilidade que o concreto. Estima-se que a cada tonelada produzida de cimento, cerca de uma tonelada de dióxido de carbono é lançada no ar, o que representa 7% das emissões no mundo inteiro. Mas as emissões de CO2 podem ser evitadas caso o sistema PLATIO seja mais bem aproveitado.

Os cofundadores da empresa consideram imprescindível participar na economia circular, e foi justamente por isso que resolveram desenvolver o processo de produção para a utilização de plásticos mistos, como alguns materiais de construção que não conseguem ser reciclados em outros métodos. Com isso, eles ainda planejaram uma placa cerca de 95% reciclável, a fim de seu material ser reaproveitado quando se esgotar sua vida útil.

Extremamente satisfeita com os resultados que têm visto, a empresa não para de surpreender, inclusive chegou a receber 10 prêmios desde 2015, quando a ideia foi concebida. O último prêmio, neste ano, foi o de Produto Mais Inovador, na Conferência Verde da Ökoindustria.

Via O Segredo