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PESQUISADORES DESCOBREM COMO TRANSFORMAR PLÁSTICO EM COMBUSTÍVEL

03 de setembro, 2016

Plástico poderá ser reciclado e convertido em combustível. Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e do Instituto de Química Orgânica de Xangai, na China, descobriram como degradar polietileno para transformá-lo em novos compostos úteis.

O polietileno é a forma mais comum comercialmente disponível de plástico. De acordo com a pesquisa, são produzidas mais de 100 milhões de toneladas desse material todos os anos. Ele é utilizado na fabricação de objetos de uso cotidiano, como embalagens, sacos e garrafas de refrigerante, já que é uma alternativa mais barata a outras matérias-primas.

Quando descartado no meio ambiente, pode demorar séculos para se degradar. Acaba se acumulando em aterros sanitários, causando um impacto ambiental negativo de grandes proporções. De acordo com os pesquisadores, o objetivo do estudo é resolver o problema da poluição do plástico, além de criar uma nova fonte de combustível líquido.

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Até então, cientistas não haviam encontrado um método eficaz e barato para degradar o lixo plástico e transformá-lo em algo útil. Uma das soluções criadas envolve usar produtos químicos cáusticos e um aquecimento a mais de 300º C para quebrar as ligações químicas do polietileno. Esse procedimento é tóxico e exige grande demanda de energia. Já o novo processo descoberto pelos pesquisadores chineses e norte-americanos é mais eficiente e simples.

Como transformar plástico em combustível

A nova técnica se chama “metátese cruzada com alcano”, e se baseia no uso de um tipo específico de molécula de hidrocarboneto para romper as cadeias químicas do plástico. As substâncias necessárias podem ser obtidas a partir do processo de refinação do petróleo e, por isso, estão amplamente disponíveis.

Para definir em qual tipo de produto o plástico irá se transformar, como combustível ou cera, basta regular o tempo do catalisador e da reação. Além disso, os catalisadores utilizados são compatíveis com vários tipos de polietileno, sendo eficientes para degradar diferentes resíduos plásticos comuns, como garrafas e saquinhos.

A equipe afirma que o processo não é muito complexo e pode ser barato. “Isso é muito inovador e uma aplicação inteligente desses catalisadores”, disse o pesquisador Maurice Brookhart à revista Science Advences. No entanto, ele adverte que o método ainda precisa ser aprimorado para se adequar a fins comerciais. De acordo com os últimos testes, a quantidade limite de plástico para cada catalisador é de 30 para um, um número muito baixo. O objetivo dos pesquisadores é aumentar a proporção para 10.000 para um, para que se compare a outros catalisadores comerciais.

O catalisador exige uma substância química chamada irídio, que é cara e difícil de se obter em grandes quantidades. Além disso, o processo de quebra do polietileno ainda está lento, durando mais de um dia.  No entanto, a equipe está otimista e acredita que irá encontrar uma forma de melhorar a técnica e superar esses problemas.

No futuro

Isso significa que, no futuro, combustível poderá ser fabricado a partir de resíduos encontrados em aterros sanitários, reduzindo a necessidade de se extrair tanto petróleo. Milhões de toneladas de lixo plástico poderão ganhar vida nova e receber alto valor comercial, deixando de impactar o ambiente de forma negativa.

Via Free The Essence por Camila Luz

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