A cidade de Chicago, nos Estados Unidos, é conhecida como Windy City – “Cidade ventosa”, em português – mas não é a mais ventosa do mundo, segundo o The Guardian. Neste lugar encontra-se a capital da Nova Zelândia, Wellington, cuja maior rajada alguma vez medida, em 1962, alcançou uns incríveis 247 km/h – num local bem perto do centro.
Para aproveitar esta benesse, Wellington tem 62 turbinas eólicas a gerar electricidade para a cidade. Por outro lado, não há sinal de poluição: todos os fumos nefastos desaparecem rapidamente.
Segundo o The Guardian, não é fácil medir as cidades mais ventosas do mundo. Há outras candidatos, como Rio Gallegos e Punta Arenas, na patagónia argentina e chilena, respectivamente, e St. John, na Canadá, a cidade mais ventosa da América do Norte e onde o vento sopra a uma média de 24 km/h.
Wellington fica no estreito de Cook, uma passagem entre as ilhas norte e sul da Nova Zelândia. Os ventos de Roaring Forties, que giram de forma ininterrupta desde a América do Sul durante milhares de quilómetros para o oeste, são atraídos por este estreito de 22 quilómetros, criando um rio de vento com uma força média de 26,7 km/h. “Não há nenhum sítio como este no mundo”, explicou ao site inglês Max Patte, residente na cidade.
Para além de não ter poluição devido ao vento, a cidade recebe todo o tipo de windsurfistas, velejadores e amantes de kite-surfers, que procuram as benesses eólicas. “Mas o melhor é que o vento acaba por formar vários cidadãos resilientes e teimosos, que não se deixam impressionar por um bocadinho de vento”.
Christian Kjaer, chege da Irena (Agência Internacional para as Energias Renováveis), diz inclusive que a Nova Zelândia é o único país do mundo que retirou todos os subsídios para a instalação de infra-estruturas para energia eólica – tal é a força do vento. “A Nova Zelândia tem grandes recursos eólicos e Wellington é um bom exemplo de como as eólicas competem com os combustíveis fósseis e outras fontes em competição livre, onde não há subsídios”.
No resto do mundo, e para além de Chicago, destaque para cidades ventosas como Pamplona (Espanha), Hamburgo (Alemanha), Dodge City (Estados Unidos) e várias urbes dinamarquesas. Todas elas fazem um excelente aproveitamento da energia eólica abundante nas suas fronteiras.
Fotos: Phillip Capper / Chris Hartman / Jon Phillips / Curt Smith / Gabriel Pollard / Bill Harrison / nicelife_bs / Creative Commons