Representantes de instituições que atuam na defesa do Meio Ambiente aprovaram, na 1ª Reunião de Trabalho em Defesa da Fauna Silvestre no Estado de Mato Grosso realizada na última sexta-feira, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça, nota de desagravo ao Decreto Estadual que retira a proibição de uso de agrotóxicos das Unidades de Conservação e moção de repúdio à revogação da proibição do uso do “correntão”, utilização de correntes presas por tratores, para derrubada da vegetação nativa. A referida técnica causa sérios danos e prejuízos à fauna e flora.
Também foi proposta a criação de uma agenda de discussão para planejamento da implementação e gestão do Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS). Programas ambientais de proteção da fauna silvestre também deverão ser elaborados. Segundo o titular da Procuradoria de Justiça Especializada em Defesa Ambiental e da Ordem Urbanística , procurador de Justiça Luiz Alberto Esteves Scaloppe, esses foram apenas alguns dos apontamentos feitos durante a reunião. “Duas discussões centrais nortearam os trabalhos, em um primeiro momento debatemos a situação do zoológico da UFMT e depois a gestão de animais silvestres de uma maneira geral. A reunião foi bastante produtiva e alguns pontos abordados servirão de subsídio ao procedimento já instaurado no Ministério Público Federal sobre o zoológico”, informou o procurador de Justiça.
Ele explicou que o zoológico da UFMT foi embargado pelo Ibama em 2009 e, desde então, está proibido de receber novos animais. Atualmente, o local conta com 900 espécies, entre aves, répteis e mamíferos. A reitora Maria Lúcia Cavalli Neder destacou que o espaço foi criado de forma espontânea sem nenhum planejamento de recurso público. “A UFMT não tem recurso para gerir o zoológico. A nossa proposta é que o local se torne um centro de pesquisa e estudo de animais silvestre, com um número reduzido de animais para conservação da fauna”, destacou.
Entre as sugestões apresentadas durante a reunião estão a transferência do zoológico para o Estado ou município; transformação do referido espaço em centro de pesquisa, ensino e extensão; busca de captação de recursos internacionais para a sua manutenção e a destinação de recursos oriundos de transações penais para as adequações necessárias. “Eventuais recursos deverão ser aplicados na construção de um novo zoológico, pois o atual é pequeno e está contaminado pois recebe esgoto dos bairros vizinhos à UFMT”, ressaltou a reitora.
A 1ª Reunião de Trabalho em Defesa da Fauna Silvestre no Estado de Mato Grosso foi realizada pelo Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal. Participaram das discussões, representantes de várias instituições, entre elas, Judiciário, Ibama, Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Polícias Civil, Federal e Militar, Corpo de Bombeiros , UFMT e Conselho Regional de Medicina Veterinária.
Via FolhaMax