“Construir cidades mais justas, inclusivas, sustentáveis e agradáveis de se viver”. Esse é o objetivo das redes de mobilização que compõem a Rede Nossas Cidades. Por meio de tecnologias online e métodos de ativismo, aproxima cidadãos das decisões políticas tomadas nos municípios onde vivem.
A Rede Nossas Cidades acredita que a realidade de um município pode ser transformada a partir da atuação de cidadãos engajados. Hoje, o jeito mais fácil de mobilizar uma grande quantidade de pessoas é pela internet. Por isso, trabalha com ferramentas online que permitem a participação ativa de qualquer interessado nas decisões políticas.
“Legislando” é a ferramenta que permite que qualquer cidadão crie, edite, compartilhe e apoie um projeto de lei. “De Guarda” existe para promover vigílias eletrônicas que monitorem atividades governamentais no espaço público da cidade. Já “Panela de Pressão” reúne pessoas para criar uma pressão pública e direta em tomadores de decisão via e-mail, telefone, Facebook ou Twitter.
Para ter um impacto significativo, a Rede Nossas Cidades também atua no offline. “Nosso trabalho não se dá só no virtual, mesclamos o online com táticas e técnicas de ativismo de rua para conquistarmos impactos significantes na cidade”, conta Maria Julia Wotzik, coordenadora de comunicação do Nossas Cidades.
Hoje, há redes em oito cidades brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Campinas, Ouro Preto, Garopaba, Porto Alegre, Blumenau, João Pessoa e Oiapoque.
Membros das equipes do Meu Rio, Minha Sampa, Meu Recife, Minha Garopaba, Minha Blumenau,
Minha Ouro Preto, Minha Porto Alegre e do Time Central do Nossas Cidades. Foto: Divulgação
A história da Rede Nossas Cidades começa com a criação do Meu Rio, em 2011. De acordo com Maria Julia, foi o primeiro modelo de mobilização “oneline“, que une o online com o offline. “Em três anos, o Meu Rio conquistou grandes vitórias, como evitar a destruição de uma das melhores escolas públicas do Rio, a criação da nossa primeira delegacia de desaparecidos e a integração das bicicletas aos trens e vagões do metrô carioca”, conta.
Em 2014, o Meu Sampa foi criado como primeira experiência de expansão do modelo. “No mesmo ano, vencemos o Desafio de Impacto Social do Google com o projeto de estender este modelo a outras cidades do Brasil e do mundo. Assim, foi fundado o Nossas Cidades, organização que desenvolve tecnologias de ativismo e treina novos fundadores e redes de mobilização”, explica Maria Julia.
A coordenadora chama atenção para a diferença entre Nossas Cidades e Rede Nossas Cidades. A primeira é uma organização que tem como missão “armar e articular” potências. Por meio do Nossas Plataformas, desenvolve tecnologias voltadas para o ativismo. Já as Nossas Redes são usadas para articular. Essas redes são desenvolvidas através de processos de seleção e treinamento feitos através do Nossa Incubadora.
Até então, a única rede fomentada pelo Nossas Cidades foi a Rede Nossas Cidades. As cidades que a compõem funcionam de forma autônoma, mas compartilham os mesmos princípios, valores e metodologias.
Foto: Reprodução/Site
Maria Julia conta que, dentro desses princípios, estão o apartidarismo, pacifismo, transparência, independência e respeito aos direitos humanos. Qualquer cidadão que compartilhe essa visão pode contribuir com o ativismo por meio das redes.
Quem mora em um município que ainda não faz parte da Rede Nossas Cidades pode se inscrever para a próxima turma de fundadores. Basta acessar a área “torne-se um fundador”, no site oficial do Nossas Cidades. O processo seletivo consiste em quatro fases: primeiro, é preciso preencher um formulário. Depois, o candidato irá passar por um exercício de mobilização e uma entrevista pessoal.
Por fim, irá participar de um campanha de financiamento coletivo para bancar a vinda e o treinamento dos selecionados à sede do Nossas Cidades, no Rio de Janeiro.
Maria Julia explica que a internet é o espaço onde se concentra a maior quantidade e diversidade de cidadãos conectados. “É um prato cheio para a mobilização, por isso entendemos que a atuação online através das plataformas que desenvolvemos é essencial para que as causas alcancem cada vez mais gente”, afirma.
No entanto, não acreditam que o ambiente online é suficiente para uma mobilização que cause verdadeiro impacto social. “Por isso, todas as nossas ações são feitas “oneline”, coordenadas entre o online e o offline. Neste segundo campo, são embasadas por uma série de metodologias de ativismo que desenvolvemos ao longo de cinco anos de atuação intensa”, completa.
A Rede Nossas Cidades funciona de forma independente e não recebe recursos de órgãos públicos, partidos políticos ou empresas com concessões públicas. O objetivo é que possam se manter a partir da contribuição de seus membros. Hoje, também se sustentam através de investimentos de fundações internacionais. Como a transparência é um dos princípios, a auditoria de contas está aberta ao público no site oficial.
Via Free the Essence
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