07 de setembro, 2020
Até a atriz Marina Ruy Barbosa se rendeu à moda sustentável com o lançamento da marca Ginger – que já teve peças esgotadas em menos de um dia.
Aos 25 anos, a atriz Marina Ruy Barbosa acaba de se aventurar em uma área que ela conhece muito bem: a moda. Dona de um guarda-roupa invejável e queridinha de marcas como Dolce & Gabbana, a atriz investe na sua própria marca, a Ginger, que apresenta conceitos de arte e moda sustentável.
“Acredito em uma moda com olhar para o futuro, com mais atenção ao meio ambiente e preocupada o impacto”, disse em post nas redes sociais. A Ginger chegou com a coleção Prefácio, com peças de referências esportivas e comfy – que se esgotaram em menos de 24 horas.
Além do apelo fashion, as roupas apresentaram um conceito de moda sustentável, confeccionadas em tecidos 100% algodão. A Ginger trabalha, ainda, com etiquetas de papel-semente, um material artesanal e biodegradável que pode ser plantado. “Dessa forma, as tags da Ginger ao invés de virarem lixo, se tornam plantinhas”.
São necessários mais de 2 mil galões de água para fazer um par de jeans. Essa é a quantidade de água que uma pessoa bebe, em média, num período de 7 anos. A produção de roupas e calçados é responsável por 8% das emissões globais de gases de efeito estufa – mais que a indústria de navios e aviação. Juntas.
Consequentemente, se continuar neste ritmo, estas emissões deverão aumentar quase 50% até 2030, segundo dados da ONU. É por estes e outros fatos que a indústria trilionária da moda pode ser considerada uma das mais poluentes do mundo. Consciente disso, também é uma das áreas que mais investe em alternativas para minimizar os impactos no meio ambiente.
É neste contexto que temas como sustentabilidade entraram na moda: são ações, métodos e processos minimizam os efeitos gerados na cadeia de produção têxtil, no ciclo de vida de cada produto. O objetivo da moda sustentável é criar um sistema que funcione com o mínimo impacto possível ao meio ambiente. Desta forma, atinge todas as etapas do ciclo que começa com a plantação dos insumos ao beneficiamento dos fios, passando pela produção do tecido e das roupas, até o consumo e descarte de peças. E vai além: também leva em conta reutilização e reciclagem dos produtos e cada um dos seus componentes.
Uma cadeia limpa na moda permitiria não só a redução do uso de recursos naturais não-renováveis como a água, por exemplo. Como também a diminuição considerável de resíduos têxteis no meio ambiente. Afinal, estima-se que a cada segundo um equivalente a um caminhão de lixo têxteis é depositado em um aterro ou queimado – uma perda de US$ 500 bilhões ao ano com roupas que vão para o lixo (sem ser recicladas).
Outro benefício da moda sustentável é garantir condições justas e salários dignos para quem trabalha neste segmento. Então, na prática, isso significa que produzir roupas, acessórios e sapatos de maneira mais sustentável possível traz não só benefícios ambientais como também sociais e econômicos.
Nada disso seria possível sem a conscientização de quem compra artigos fashion. Para o consumidor, moda sustentável significa saber mais sobre a produção e os valores das marcas, bem como se perguntar: vale a pena adquirir uma peça que explorou a natureza e também pessoas para ser feita?
O consumo consciente começa com a escolha de peças mais duráveis, que dificilmente compõe o sistema fast fashion (moda rápida, em tradução livre) que ainda se vê hoje no varejo. E passa por uma mudança de atitude em relação a novos padrões de consumo na moda. Desta que a compra de peças de segunda mão (nada como um brechó!), aluguel de roupas, looks com materiais orgânicos e reciclados.
Em casa, o consumidor pode contribuir com a moda sustentável com ações simples. Como lavar menos as peças de roupa, por exemplo. Na internet, é possível participar de grupos de peças de roupas, para evitar o descarte no lixo. Além disso, aproveitar a oferta das confecções locais, minimizando a pegada de carbono com o transporte de roupas (que produz uma grande quantidade de CO2).