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Gelatina: fonte de colágeno ou truque da indústria alimentícia?

10 de outubro, 2016

Feita de ossos, pele e cartilagens de animais como bois e porcos, a gelatina é um produto muito criticado por defensores de animais além de não ser tão saudável quanto promete.

A industrialização dos alimentos é, em muitos casos, um processo barra pesada. Além disso, milhões são gastos em propagandas, as quais insistentemente buscam nos fazer esquecer como são feitos os produtos que chegam até nossas mesas. A forma final, muita vez, sequer se parece com a matéria-prima. Um exemplo disso é a gelatina.

Pouca gente sabe que a gelatina é extraída de ossos, pele e cartilagens de animais como bois e porcos. Esses “restos” são fornecidos para as indústrias que as produzem. Elas são um resultado direto do que sobra dos abatedouros, processadores de produtos cárneos ou curtumes (locais onde se processa o couro cru).

O fato é que nessas partes dos animais se concentram altas quantidades de colágeno, proteína estrutural que após alguns processos industriais origina a gelatina. A conversão envolve várias etapas como: lavagem, depuração, tratamento, entre outras, até chegar a ser um produto desidratado de cor amarela.

“Eu não costumo usar gelatina animal, porém não sou contra o seu consumo se for uma gelatina de qualidade. Eu costumo usar ágar-ágar, que é um derivado de alga marinha com as mesmas propriedades da gelatina”, indica a chef e apresentadora Bela Gil.

No vídeo abaixo, o engenheiro químico Décio Livrari, narra em detalhes esse processo industrial e fala dos riscos que produtos como a gelatina representam para o nosso organismo:

Gelatina x colágeno

Apesar de conter partes do colágeno, a gelatina não apresenta os mesmos benefícios que o colágeno hidrolisado (em pó ou em cápsulas), indicado por especialistas para auxiliar no tratamento de dores articulares, artrose e osteoporose e também para melhorar a firmeza da pele, sobretudo em mulheres que se encontram na menopausa. “A quantidade de colágeno em gelatinas comerciais é baixa e ineficaz, além de conter alto teor de corantes e conservantes artificiais prejudiciais à saúde”, afirma a nutricionista Klara Rahmann.

A nutricionista Dafne Oliveira confirma que não existe recomendação nutricional para o consumo de gelatina. “O consumo que recomendamos seria para o colágeno. Estudos mostram que 9 g por dia é a quantidade mínima para provocar efeitos benéficos para pele e articulações”, diz Oliveira. “O ideal é tomá-lo em pó, porque em cápsulas seriam necessárias 18 unidades diárias”, recomenda.

Vitaminas, zinco e selênio

É possível aumentar tanto a produção como a absorção de colágeno no organismo sem precisar ingerí-lo em fórmulas extras. Para isso, é preciso consumir alimentos que contenham os seguintes nutrientes: vitamina C (acerola, kiwi, laranja, entre outros); vitamina E (vegetais verde-escuros, nozes, amêndoas, avelã, óleos vegetais, sementes); selênio (castanhas-do-pará, frutos do mar, grãos de aveia e arroz integral); zinco (carnes, ostra, amêndoas, nozes, ovo, leite integral); além das proteínas, que permitem a produção do colágeno. O consumo desses nutrientes também continua sendo indicado para quem optar por ingerir o colágeno hidrolisado, pois eles auxiliam na absorção.

Gelatina é fonte de proteína?

A gelatina contém aminoácidos (elementos que formam as proteínas), no entanto, ela não pode ser considerada um complemento ou suplemento nutricional, pois não atende às necessidades proteicas do organismo e pode prejudicar a disponibilidade biológica de proteínas de boa qualidade. Para quem consome produtos de origem animal, as carnes são fontes de proteína. Já para os vegetarianos, os feijões são altamente indicados por conterem grandes quantidades de proteína e de ferro.

Via Namu

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