Embalagem de “caseína”: não são poucas as investidas na busca por embalagens alternativas ao plástico convencional.
Muitos dos alimentos que encontramos no supermercado vêm embalados em plásticos. E apesar de ser possível reciclar boa parte dessas embalagens — algo que na prática não se concretiza, gerando um passivo ecológico crescente — alguns tipos, como as finas películas usadas para revestir alimentos, são mais difíceis de reciclar.
Atentos ao problema, um grupo de pesquisadores do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) desenvolveu uma película de embalagem feita a partir de proteínas do leite (a caseína) e que, ainda por cima, é comestível — menos para quem tem alergia ou se opõe ao consumo de derivados de animais, evidentemente.
A embalagem alternativa foi apresentada nesta semana durante a Reunião Nacional da Sociedade Americana de Química (ACS, na sigla em inglês). Segundo os pesquisadores, os filmes a base de proteínas são bloqueadores de oxigênio mais poderosos que o produto convencional, o que a ajudaria a prevenir a deterioração dos alimentos e evitar o desperdício durante a distribuição ao longo da cadeia alimentar.
Para tornar a embalagem mais resistente à umidade e temperaturas elevadas, os pesquisadores incorporaram pectina cítrica na mistura. Aditivos nutritivos como vitaminas e probióticos poderíam ser incluídos no futuro. Ela não tem muito gosto, dizem os pesquisadores, mas também poderiam ser adicionados aromas.
“As aplicações de revestimentos para este produto são infinitas”, diz Laetitia Bonnaillie, coautora do estudo. “Estamos testando aplicações em embalagens de alimentos comestíveis, a exemplo de palitos de queijo embalados individualmente”, explica.
Segundo a pesquisadora, o grupo trabalha, atualmente, na criação de amostras de filmes para uma pequena empresa no Texas. Mas o desenvolvimento dessa embalagem alternativa tem atraído o interesse de outras empresas também, e a expectativa dos pesquisadores é que a embalagem de caseína possa chegar às prateleiras dos mercados americanos dentro de três anos.
Não são poucas as investidas de cientistas e de empresas na busca por embalagens alternativas ao plástico convencional. Os chamados bioplásticos, feitos de milho, batata e outros vegetais, são exemplos. Mas há outros.
Um dos mais promissores vem da empresa americana Ecovative, com sede em Nova York, que desenvolveu um embalagem
feita de um material à base de cogumelos, que é completamente biodegradável e já desperta interessa de grandes empresas.
Outra investida bacana vem de um projeto desenvolvido por designers da Colômbia, uma embalagem ecológica feita de fibra de bananeira, algo aparentemente simples, mas com benefícios potenciais imensos para o meio ambiente, as pessoas e a economia daquele país.
Via Exame.Com por Vanessa Barbosa