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Condomínio sustentável: entenda tudo sobre este conceito de moradia

06 de novembro, 2018

Mudar o mundo pode ser uma tarefa difícil.

Porém, isso não é motivo para a gente se sentir desanimado diante dessa missão, afinal, mesmo as pequenas mudanças podem causar grandes impactos. É com essa consciência — de que a construção de um mundo melhor começa das pequenas ações que tomamos dentro da nossa própria casa — que os condomínios sustentáveis estão se tornando cada vez mais comuns.

De acordo com pesquisa realizada pelo IBOPE, 94% dos brasileiros se sentem preocupados com o meio ambiente e com a degradação das áreas verdes. Afinal, notícias como a veiculada no Diário do Nordeste, que revelam o aumento da degradação da Caatinga no Ceará, nos levam a questionar qual o planeta que queremos deixar para os nossos filhos.

Para quem ainda está começando a construir uma casa, ou quem optou por comprar um imóvel próprio em um condomínio que já foi projetado para ser um espaço sustentável, a opção por minimizar a pegada ambiental pode parecer mais fácil. Contudo, a verdade é que qualquer local de moradia pode se converter em um projeto sustentável com pequenas ações.

Neste texto vamos falar sobre as atitudes que devem ser tomadas para tornar o seu condomínio sustentável, prezando pelo uso racional dos recursos naturais. Você verá que pode ser bem mais simples do que parece. Confira!

O que é um condomínio sustentável?

Os condomínios sustentáveis procuram minimizar o seu impacto no meio ambiente. Para alcançar esse objetivo, alguns cuidados são tomados para evitar o desperdício de recursos naturais, a poluição do ar e das águas e tudo o mais que possa provocar desequilíbrios ambientais e sociais.

Ações simples como a destinação correta dos resíduos, uso racional de água e energia elétrica e preservação das áreas verdes fazem com que os moradores diminuam o seu impacto ambiental e assim, colaborem com a construção de um mundo melhor.

Qual a importância dos condomínios sustentáveis?

Todos nós sabemos que a construção de qualquer tipo de obra ou infraestrutura urbana tem seus custos ambientais. A retirada de parte da vegetação e uso de grande quantidade de água, por exemplo, são indispensáveis na construção civil.

Além do processo de construção, para manter um condomínio e toda sua infraestrutura em funcionamento e atender às necessidades de todos moradores do local, uma série de recursos naturais são mobilizados.

Incorporar a ideia de sustentabilidade nesses projetos significa buscar uma relação de equilíbrio que mantenha a harmonia entre as atividades humanas realizadas no local e a necessidade de preservação da natureza.

Ser sustentável é procurar realizar as atividades que são indispensáveis para a nossa vida, como trabalhar, cuidar da casa, se divertir etc., de forma inteligente. Visando, assim, a preservação dos recursos naturais para as gerações futuras. Por isso que os condomínios sustentáveis são mais do que importantes, eles são uma tendência em todo o mundo, afinal, apresentam uma forma consciente de viver e morar.

Quais as vantagens de viver em um condomínio sustentável?

Para os moradores, as vantagens de morar em um condomínio sustentável são inúmeras.

Educar a nova geração

Um dos benefícios mais importantes é de ordem imaterial: a oportunidade de educar e criar os filhos em um lugar em que as medidas reais são tomadas para preservar o meio ambiente.

É triste perceber que a vida nas grandes metrópoles afasta as crianças do contato tão fundamental e benéfico com a natureza. O resultado disso é uma geração voltada para o consumismo.

Observando os adultos à sua volta agindo de forma consciente, é natural que as crianças consigam desenvolver o sentido de proteção e de cuidado com os recursos naturais desde cedo.

Para que isso aconteça, muitos condomínios sustentáveis separam um espaço para a construção de uma horta comunitária. Nesse local, cada unidade tem uma área reservada para o plantio de verduras, legumes, hortaliças e temperos.

Os benefícios dessa horta vão além de folhas frescas e sem agrotóxicos para usar na culinária doméstica. Na verdade ela conecta as crianças a natureza, e as ensina que todos dependemos dos recursos do meio ambiente e, por isso, temos o dever de conservá-los.

Além disso, durante o cultivo, os pais têm uma ótima oportunidade de passar um tempo valioso com os seus filhos. Período que pode ser utilizado para o aprendizado ambiental.

Redução de custos

Além da possibilidade de formar cidadãos conscientes, outros fatores também contam a favor de um condomínio sustentável. O gasto com água e energia elétrica tende a ficar mais em conta na medida em que é adotado um sistema de uso racional desses recursos.

A tendência é que, com o tempo, as medidas de economia e uso inteligente da água e da energia elétrica reflitam até mesmo nos gastos de manutenção do condomínio, diminuindo o valor das taxas condominiais.

Porém, a retenção de gastos pode ainda atingir um tributo muito caro na maioria das cidades brasileiras: o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Em vários municípios já existe um desconto na alíquota do IPTU para imóveis sustentáveis e essa é uma tendência que está crescendo em todo o país.

Um exemplo é em Fortaleza, capital do Ceará. Nessa metrópole, um projeto chamado IPTU verde está em tramitação na Câmara Municipal. Quando esse benefício for aprovado, os proprietários de imóveis ecologicamente corretos receberão descontos proporcionais às medidas de preservação ambiental que adotarem.

Por exemplo, caso a moradia tenha um sistema de captação de água da chuva, o abatimento será de 5%. Contudo, esse valor pode chegar a 30% com cinco ou mais ações verdes implantadas.

Ambiente mais agradável

Outra vantagem é a obtenção de um ambiente mais fresco e arejado, graças à valorização de áreas ajardinadas, gramados e bosques. Essas áreas estão presentes em condomínios em que existe a preocupação com a manutenção.

Imagine então o bem que faz uma corrida, caminhada ou andar de bicicleta por esses belos locais! Para aqueles que não curtem a prática de esportes, apenas andarem com a família por esses lugares verdes já será uma terapia para a mente e o corpo.

Alguns gostam de simplesmente sentar em um banco para apreciar o belo cenário ou ler um livro. Enquanto outros são tomados por uma incrível sensação de bem-estar só de abrirem a janela pela manhã e se depararem com um visual natural e sentirem o ar fresco proporcionado pelas árvores.

Outro aspecto que melhora a qualidade de vida são os jardins que em alguns empreendimentos ecologicamente corretos podem ser verticais ou feitos no telhado do prédio.

A finalidade deles é tornar a temperatura das unidades mais agradável ajudando a diminuir o calor excessivo típico das grandes cidades, a purificar o ar, a atenuar os efeitos da poluição sonora e a embelezar o condomínio.

Como já citado, alguns condomínios sustentáveis têm uma horta comunitária. Essa prática de consumir o próprio alimento que foi cultivado é algo que agrega muita qualidade de vida.

Tanto que é uma das atitudes incentivadas pelo movimento Slow Food —- organização não governamental criada em 1986 e apoiada por vários países. Segundo essa entidade o ciclo de plantar, colher e cozinhar proporciona mais equilíbrio para o organismo.

Pois, reduz o estresse da correria do dia a dia, uma vez que nos desconectamos das ansiedades e nos concentramos em uma atividade prazerosa. Além disso, aprendemos a deixar um pouco de lado o imediatismo, ou seja, querer tudo para ontem.

Afinal, a natureza tem o seu tempo para desenvolver uma semente, e esse período não pode ser adiantado nem atrasado.

Valorização do imóvel

A conscientização da necessidade de edificar condomínios que tenham um baixo impacto na natureza é cada vez maior no mercado imobiliário. E devido aos benefícios que esse tipo de empreendimento proporciona, o número de pessoas interessadas em adquirir uma unidade só aumenta.

Diante desse cenário, a valorização de um condomínio sustentável está em constante elevação. Em uma matéria do site do SEBRAE (Serviço de Apoio às micros e pequenas empresas), foi citada uma declaração de Felipe Faria — diretor executivo do Green Building Council Brasil.

Ele falou que o brasileiro tem uma predisposição para investir em imóveis sustentáveis o que agrega valor a esse tipo de moradia. Sendo assim, adquirir uma unidade em um empreendimento verde é a garantia de bons lucros em curto e longo prazo.

Como transformar meu condomínio em um sustentável?

Hoje em dia, muitos condomínios residenciais já estão sendo construídos com toda a infraestrutura necessária para facilitar práticas sustentáveis. Porém, mesmo em construções antigas ou que já estão ocupadas é possível adotar medidas de uso racional dos recursos naturais, convertendo-os em espaços sustentáveis.

Algumas medidas podem requerer investimentos em infraestrutura, como a adoção de aquecedores solares e sistemas de coleta de água da chuva. Esses investimentos podem ter um custo inicial significativo, entretanto, a economia que eles oferecem pode ser facilmente percebida na queda do consumo de água e energia elétrica.

Em todo o caso, mesmo em situações em que tais investimentos em infraestrutura não são viáveis, é possível tomar uma série de ações que tragam sustentabilidade para as práticas dos moradores do condomínio. Afinal, o ponto mais importante da sustentabilidade é a reeducação e conscientização dos moradores.

Abaixo algumas práticas que podem ser adotadas de forma simples e prática:

Reciclagem de lixo

Um dos pontos mais importantes a serem colocados em prática em um condomínio sustentável diz respeito à coleta seletiva do lixo, à destinação correta dos resíduos e à reciclagem. Essa ação requer participação dos moradores, já que o processo deve começar dentro das unidades com a separação atenta do lixo.

Para tanto, a conscientização dos moradores do condomínio será necessária. E talvez, mais do que conscientização, será preciso investir na reeducação dos moradores. O objetivo desse processo de conscientização e reeducação é mostrar como a separação deve ser realizada, já que muitas pessoas podem ter dificuldade em entender a importância do descarte correto dos resíduos residenciais.

Ao síndico, ou à administração, caberá disponibilizar lixeiras separadas para cada item coletado, bem como a investigação da destinação desse material.

Se o condomínio tem jardins, também é possível trabalhar com a ideia de uma composteira comunitária. Por meio da compostagem, os resíduos orgânicos das residências podem ser convertidos em adubo para as áreas verdes do local.

Dependendo da quantidade de matéria orgânica acumulada, é possível repassá-la para os moradores ou para alguma cooperativa local.

Responsabilidade social

É possível que o síndico ou administradora do condomínio busque parcerias com cooperativas da região em que o conjunto está instalado e que atuem com reciclagem. Assim, além de encontrar o destino adequado para os resíduos, será uma forma da comunidade dos condôminos ajudar na geração de renda da sua cidade ou do seu bairro.

Outro tipo de cooperativa que pode se tornar uma boa parceira na destinação do lixo são as produtoras de sabão e produtos de limpeza, que podem ajudar reciclando o óleo descartado pelos moradores.

Assim, além de preservar a natureza, o condomínio também assumirá a responsabilidade social de manter relações mais harmônicas ao colaborar com cooperativas que empregam a população local.

Ainda em relação à dimensão social da sustentabilidade, é importante que o condomínio atente para as relações de trabalho dentro de seus limites. É importante verificar se todos os funcionários empregados nas mais variadas atividades estão trabalhando legalmente e recebendo em dia todos os seus direitos trabalhistas.

Economia de água

Nas áreas comuns, como salões de festa, recepção e piscinas, podem ser instaladas cisternas para recolher água da chuva. A água captada pode ser utilizada para limpeza dos espaços comuns e irrigação das áreas verdes.

O ideal é que o aproveitamento da água da chuva seja colocado em prática por todos os vizinhos, diminuindo assim o desperdício de água não apenas nas áreas coletivas, como também nas unidades residenciais.

Além da coleta de água, é importante incentivar a economia dessa água nas atividades domésticas e de manutenção do condomínio. Nesse quesito a participação dos moradores é imprescindível, já que ações como banhos mais rápidos, aproveitamento da água do cozimento de alimentos para irrigação de plantas etc., podem ser colocadas em prática.

Para incentivar o engajamento dos vizinhos, é importante manter cartazes que reforcem a importância da economia de água ou, ainda, retomar o assunto em reuniões periódicas com todos os moradores.

Uma técnica que costuma gerar bons resultados é a individualização da fatura da conta de água, que costuma auxiliar os moradores a entender o quanto estão gastando mensalmente. Sabendo o consumo médio de sua residência e o quanto está sendo poupado por meio do uso inteligente da água, os moradores se sentirão mais predispostos a seguir com as boas práticas dentro de suas casas.

Economia de energia

Quanto à economia de energia, uma série de medidas podem ser tomadas para evitar o desperdício e diminuir os gastos do condomínio com eletricidade. Para tanto, é possível investir em aquecimento solar para as áreas comuns, como piscinas, chuveiros dos funcionários, etc.

Sensores de presença podem ser instalados em áreas de circulação, impedindo que as luzes sejam acidentalmente esquecidas acesas. Lâmpadas fluorescentes podem ser substituídas por lâmpadas de LED, que são muito mais econômicas.

Essas medidas também podem ser colocadas em prática por moradores em suas unidades residenciais. Para a instalação de placas solares nas residências do condomínio, é interessante que os moradores se mobilizem. É possível que, comprando e instalando os aquecedores solares em grupo, os condôminos consigam melhores condições e bons descontos.

É possível que essa medida impulsione ainda mais vizinhos a aderirem à ideia da instalação de placas solares. Lembrando que, apesar dos gastos com a instalação, esse tipo de investimento acaba sendo compensado com a economia nas contas de luz.

Também é preciso considerar que, de acordo com a Resolução da ANEEL, desde 2012, o consumidor pode receber descontos em sua conta de luz ao fornecer para a rede pública o excedente produzido por seus sistemas de produção de energia renovável particulares.

Criação de áreas verdes

Em um condomínio sustentável, outro ponto bastante importante é a criação e manutenção de áreas verdes. Essas áreas são importantes para o meio ambiente por causa da necessidade de impermeabilização do solo, sobretudo em áreas de grandes adensamentos urbanos.

Em cidades grandes, a impermeabilização do solo em decorrência da pavimentação de vias, construção de prédios e casas é responsável pelos desequilíbrios hídricos típicos de áreas urbanas, como as enchentes e inundações.

Manter áreas permeáveis compondo as edificações residenciais é uma forma de contribuir para a minimização desse problema. Portanto, é importante que o condomínio valorize as áreas verdes, gramados, bosques e jardins.

Uma sugestão é substituir as calçadas que ligam as estruturas por gramados. Outra ideia é, para os condomínios que têm área disponível, investir na criação de pequenos bosques que, além de permeabilizarem o solo, contribuem para a manutenção do clima arejado.

Moradores ou síndico: quem é o responsável por deixar o condomínio sustentável?

A responsabilidade por tornar um condomínio sustentável é de todos. Moradores, síndico, funcionários e administradora: todos devem assumir a responsabilidade por manter o condomínio um espaço sustentável.

Dentro de casa, é responsabilidade do morador zelar para a separação adequada do lixo e pelo uso racional de água e energia. Além disso, os gastos com a instalação de sistemas de coleta de água da chuva e instalação de painéis solares para captação de energia para a unidade residencial são de responsabilidade do proprietário.

É o dono de cada uma das unidades residenciais quem deverá arcar com esses investimentos em sua propriedade.

Entretanto, a responsabilidade da instalação desses aparelhos nas áreas comuns do prédio, como instalação de sensores que garantam que as luzes não fiquem acesas, torneiras automáticas nas áreas comuns e outros, deverá ser assumida coletivamente e rateado por todos os moradores.

Além de conduzir as alterações necessárias, o síndico será o responsável por verificar se as medidas acordadas entre os moradores para tornar o condomínio sustentável estão sendo colocadas em prática nas áreas comuns. É também dever do síndico verificar a qualidade dos serviços prestados por empresas contratadas pelo condomínio, como empresa de limpeza, segurança, administradora etc.

Os funcionários dessas empresas devem estar cientes dos propósitos do condomínio e das medidas de uso racional dos recursos naturais adotadas pelos moradores e que devem ser seguidas por todos.

Condomínio sustentável no Brasil: já é uma realidade?

Hoje em dia, podemos dizer que os condomínios sustentáveis no Brasil já são uma realidade. Há alguns anos, pensar nesse modelo de condomínio era algo muito distante da nossa realidade. Pouco se falava sobre a possibilidade de promover empreendimentos limpos e sustentáveis.

Entretanto, o agravamento da crise ambiental deixou claro que é preciso mudarmos urgentemente a forma como usamos os recursos naturais, caso contrário as gerações futuras terão que enfrentar problemas ambientais muito mais sérios do que enfrentamos hoje.

É a tomada de consciência de que uma mudança é necessária que tem feito crescer tanto a oferta quanto a procura por condomínios sustentáveis no Brasil.

Hoje em dia, muitos empreendimentos já estão sendo entregues preparados para se tornar sustentáveis, enquanto outros estão se adequando para conseguir atender às necessidades de criação de espaços que estejam em harmonia com o meio ambiente.

Além da preocupação ambiental, que é a grande motivadora dessas mudanças, é preciso também considerar a economia que a implementação de modificações que tornem o imóvel mais sustentável pode trazer para a residência.

A economia em água e luz é visível em imóveis que têm implantando o uso inteligente desses recursos. Além do ganho em longo prazo, que é a conquista de um planeta mais saudável, é preciso considerar também o valor agregado que medidas como a instalação de painéis solares e sistemas de captação de água da chuva trazem ao imóvel.

Ademais, a preocupação ambiental é percebida até mesmo nos materiais usados nessas edificações. Por exemplo, madeira com certificação de reflorestamento, vidros laminados com baixo fator solar, cercas de divisa com metal reciclado, telhas de alumínio com poliuretano, tijolos cerâmicos- prensados maciços etc.

Esses e outros tipos de materiais renováveis, recicláveis e reutilizáveis têm um impacto menor sobre a natureza e aumentam a durabilidade das construções.

Em vista disso, muitos condomínios brasileiros estão recebendo a cobiçada certificação GBC Brasil (Green Building Council). Para que um empreendimento ganhe essa certificação é preciso atender alguns pré-requisitos obrigatórios, como:

  • eficiência energética;
  • qualidade ambiental interna;
  • uso eficiente da água;
  • inovação e projeto.

São quatro níveis que a certificação concede: o verde, prata, ouro e a platina. Para ganhar um deles, além dos requisitos citados, o condomínio precisa comprovar que promove soluções que:

  • ajudem a diminuir a mudança climática global;
  • melhorem a saúde e o bem-estar humano;
  • protejam e restaurem os recursos hídricos;
  • minimizem o impacto na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos;
  • aumentem a educação e a comunicação visando a justiça ambiental e a saúde comunitária.

Quando um condomínio atinge um desses níveis consegue uma visibilidade maior no mercado imobiliário e torna-se mais valorizado também.

Entretanto, as premiações brasileiras não param por aí. De acordo com a revista Exame, o nosso país tem mais de 600 empreendimentos com outra certificação importante a Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) que é reconhecida em muitos países.

Além disso, mais de 100 condomínios receberam a certificação internacional AQUA (Alta Qualidade Ambiental). Em resumo, somos o quarto país do mundo com mais prédios verdes.

Um exemplo de condomínio sustentável no Brasil é o Parque Del Sol em Fortaleza, no Ceará. Nele foi construída uma área verde de trinta mil metros quadrados. Entre as várias espécies de árvores ali, destacam-se o Ipê-amarelo e o Bouganville.Todo esse ambiente é agregado aos prédios que abrigam as unidades projetadas com práticas sustentáveis.

A preocupação ambiental é mais do que uma tendência, é uma necessidade diante das atuais circunstâncias. Portanto, encontrar formas de tornar sua casa e seu condomínio mais sustentável é uma maneira de antever as necessidades futuras.

Como convencer meus vizinhos a transformar nosso condomínio?

Morar em um condomínio traz muitas vantagens, entre elas, poder compartilhar com uma série de outras famílias um projeto tão importante para o meio ambiente: tornar o condomínio um espaço sustentável. Porém, conseguir convencer a todos os moradores pode não ser uma tarefa fácil.

Por mais que todos saibam da necessidade de tomarmos medidas sustentáveis para preservar os recursos naturais para ao futuro, nem todos estão dispostos a empreender os esforços necessários para mudar o condomínio em que vivem.

Geralmente, o empecilho apontado por essas pessoas é a ideia de que será muito trabalhoso, que o investimento não compensa etc. Toda essa descrença, na verdade, é motivada por falta de informação.

Pensando nisso, é importante que seja realizado um processo de conscientização da vizinhança. O objetivo é mostrar para as pessoas que adotar medidas de conservação dos recursos naturais é muito mais fácil e simples do que parece.

É importante explicar para os moradores o impacto que as nossas ações podem ter a longo prazo. Esse é um bom argumento que costuma convencer as pessoas da importância da sustentabilidade.

Para aqueles moradores que não se sensibilizam com a causa ambiental, basta mostrar a economia que o uso inteligente dos recursos naturais pode trazer a um condomínio para famílias. Se preservar o meio ambiente para as gerações futuras não anima algumas pessoas, certamente uma conta de água, luz e demais taxas mais baixas poderão animá-las.

Converse primeiro com o síndico

A primeira pessoa que deverá ser convencida da necessidade dessas adequações será o síndico. Afinal, caberá a ele gerir todo o processo de reeducação dos moradores, contratação de mão de obra, caso se faça necessário, e acompanhamento das empresas que atuam no condomínio para verificar se elas estão agindo de acordo com as novas regras.

Para convencer o síndico, deixe claro todos os benefícios que podem ser alcançados transformando-o em um condomínio sustentável, e que vão desde a valorização do imóvel até a diminuição de custos.

Com a ajuda do síndico ficará mais fácil levar essa proposta para a reunião do condomínio e buscar o apoio e o aceite dos outros moradores.

Liste as vantagens que o condomínio sustentável oferece

Para conseguir efetivamente o apoio dos outros vizinhos é importante mencionar todas as vantagens que ter um condomínio sustentável pode oferecer tanto no âmbito comunitário, como âmbito individual. Portanto, procure listar de forma bem simples quais são esses benefícios:

  • posicionamento consciente diante dos problemas ambientais;
  • conscientização das crianças;
  • diminuição do uso de água e, consequentemente, diminuição nas contas;
  • uso racional de energia elétrica e, consequentemente, redução das contas de energia rateadas por todos os moradores e pagas no condomínio;
  • melhora do microclima do condomínio, com plantio de árvores e favorecimento de áreas permeáveis;
  • valorização do imóvel;
  • investimento com retorno a longo prazo.

Criar listas é uma forma de ajudar os outros moradores na visualização dos benefícios apresentados. Com as informações claras e organizadas em mente, é mais provável que eles entendam a necessidade das mudanças e se engajem no projeto.

Implante a educação ambiental

Mesmo que os condôminos aceitem as mudanças, é importante investir constantemente na conscientização dos moradores em relação ao que foi acordado na reunião de condomínio e às novas medidas sustentáveis a serem adotadas.

Muitas vezes, mesmo quando as pessoas aceitam alguns desafios, é comum que a força dos antigos costumes acabe impedindo que os novos hábitos sejam adotados. Não é à toa que os quatro Rs da sustentabilidade falam em: reutilizar, reduzir, reciclar e, principalmente, em reeducar.

A reeducação precisa ser uma prática constante. A importância da preservação dos recursos naturais e como fazê-lo deverá ser constantemente lembrada em cartazes, avisos, reuniões etc.

Para sair um pouco da rotina e buscar ainda mais engajamento dos moradores, ações como palestras e workshops podem ser promovidos no condomínio. Esses momentos poderão trazer informações mais esclarecedoras aos moradores e ajudar a consolidar uma cultura sustentável entre a comunidade.

Com o tempo, a necessidade desse tipo de ação será cada vez mais esparsa, uma vez que as pessoas estarão convencidas da importância desse tipo de ação e do porquê ela foi tomada no condomínio.

Precisamos lembrar sempre que, se queremos um mundo melhor, precisamos fazer a nossa parte. Convencer os vizinhos da necessidade de preservar os recursos naturais pode ser uma tarefa difícil, porém, é um esforço que trará muita recompensa.

Viver em um condomínio consciente da sua responsabilidade na preservação dos recursos naturais pode trazer qualidade de vida e se tornar um excelente lugar para criar crianças sensíveis e conscientes de suas ações. Dessa forma, você conseguirá ter uma casa ou apartamento perfeito para viver em harmonia com o meio ambiente.

Via Porto Freire


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