O consórcio de agricultura e energia solar aumentou a eficiência do uso da terra em 60%.
A instalação de fazendas solares não precisa competir com o uso agrícola do solo – na verdade pode otimizá-lo muito.
Foi o que demonstrou um experimento realizado na Alemanha, em uma fazenda próxima ao Lago de Constança.
O objetivo era demonstrar o conceito de “agrofotovoltaica”, em que a fotovoltaica (a geração de eletricidade pela luz do Sol) atua em sinergia com a fotossíntese natural das plantas sendo cultivadas.
Levando em conta a renda extra pela venda da eletricidade, o projeto concluiu que a agrofotovoltaica aumenta a eficiência do uso da terra em até 60%.
“Os resultados do primeiro ano do projeto são um sucesso completo: o sistema agrofotovoltaico mostrou-se adequado para uso prático e custa tanto quanto um pequeno sistema de telhado solar. A produção da cultura é suficientemente alta e pode ser comercializada de forma rentável no mercado,” disse Stephan Schindele, da Universidade de Hohenheim.
Os experimentos mostraram que a melhor configuração, para garantir que as culturas fiquem expostas à radiação solar uniforme, consiste na orientação sudoeste dos painéis solares – o que é válido para o hemisfério norte. Além disso, os painéis solares devem ser instalados a uma altura de cinco metros e mais espaçados do que em uma fazenda solar exclusiva.
As primeiras culturas a serem testadas foram trigo de inverno, batatas, aipo e trevo. A colheita de batatas, aipo e trigo foi de 18 a 19% menor e a de trevo foi 5,3% menor do que nas culturas de referência, sem os painéis solares.
A perda, contudo, foi mais do que compensada pela receita com a energia solar. Nesses primeiros 12 meses, a fazenda solar gerou 1.266 kW/hora, o suficiente para abastecer 62 residências de quatro pessoas no padrão alemão de consumo.
A equipe afirma que pretende prosseguir com o projeto-piloto para analisar outras culturas antes de publicar suas conclusões definitivas.
Imagem: Imagem: Hofgemeinschaft Heggelbach/Olivia Schmid