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A cozinha eficiente

07 de outubro, 2015

Cadeia de valor: o Instituto Triângulo, que é parceiro do Soya Recicla, produziu mais de 700 mil barras de sabão e quase meio milhão de litros de biodiesel com o reaproveitamento do óleo de cozinha ( foto: Divulgação)

Programa de descarte consciente de óleo vegetal da Bunge evitou que 11,4 bilhões de litros de água potável fossem comprometidos no ano passado. Em troca, foram produzidos sabão biodegradável e biodiesel

Os óleos vegetais estão em toda a parte no Brasil. Todos os anos, as famílias brasileiras consomem impressionantes três bilhões de litros dessa substância produzida a partir de todo o tipo de plantas oleaginosas, como o girassol, a canola, a brasileiríssima palma e a soja. Presente em praticamente todas as casas do País, os óleos vegetais também escondem um perigo imenso ao meio-ambiente que é pouco conhecido da maior parte das cozinheiras. Se descartado incorretamente na rede de esgoto, ele é capaz de comprometer milhares de litros de água de uma só vez.

A estimativa é de que um simples litro de óleo seja responsável por desoxigenar até 20 mil litros de água de boa qualidade, eliminando a possibilidade de peixes e outros seres se manterem vivos. Dona da marca líder no mercado de óleos vegetais, a Bunge decidiu, há quase 10 anos, que precisava encontrar uma maneira de auxiliar o poder público e os consumidores a descartar o produto de maneira a não impactar o meio-ambiente. Em parceria com o Instituto Triângulo, uma organização não-governamental voltada para a mobilização ecológica no ambiente urbano, a empresa criou o Soya Recicla.

A ideia é criar uma rede ampla e diversificada em grandes cidades brasileiras para incentivar o descarte correto do óleo vegetal junto aos consumidores. Só no ano passado o projeto recolheu mais de 700 mil litros de óleo vegetal já utilizados e que iriam, normalmente, pelo ralo das pias das casas. Todo o óleo recolhido segue para uma fábrica especializada em transformar o que antes ia para o lixo em sabão vegetal e biodiesel. Ao longo dos últimos nove anos, por exemplo, o Instituto Triângulo já produziu mais de 700 mil barras de sabão e quase meio milhão de litros de biodiesel.

A cada dois litros de óleo entregue, o consumidor tem direito a uma barra de sabão biodegradável. No ano passado, 200 mil pedras de sabão foram distribuídas e 11,7 toneladas de garrafas pet (onde o óleo deve ser armazenado para a troca) foram recolhidas e enviadas para a reciclagem. “Nosso objetivo é conscientizar a população sobre a importância da reciclagem, evitando o impacto negativo do óleo usado na cozinha na rede de esgoto”, diz Michel Santos, gerente de Sustentabilidade da Bunge. O resultado pode ser medido em números.

De acordo com as estimativas da Bunge e do Instituto Triângulo, apenas nos primeiros oito meses do ano passado cerca de 11,4 bilhões de litros de água deixaram de ser impactados pelo descarte do óleo de cozinha. Isso significa que um volume equivalente de 4,5 mil piscinas olímpicas, aquelas de 50 metros de comprimento, deixar de ser afetadas pelo descarte. Hoje, o programa conta com cerca de dois mil pontos de coletas em cinco estados brasileiros: São Paulo, Rio Grande do Sul, Ceará, Bahia e Rio de Janeiro. Os planos da Bunge são de ampliar tanto a rede quanto a abrangência do programa. “Estamos facilitando o descarte adequado e sensibilizando as pessoas diretamente em seus lares”, diz Santos.

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