A recente crise hídrica que afetou a região sudeste do Brasil, somada a fatores como mudanças no regime de chuvas – efeitos dos impactos ambientais e climáticos acumulados ao longo de décadas de exploração de recursos naturais por nossa sociedade – indicam que as dificuldades no abastecimento de água são uma realidade que veio para ficar e que vai demandar esforços adicionais e mudanças de paradigmas para ser enfrentada.
Contudo, uma vez que os riscos ficam mais claros e passam a impactar o nosso dia a dia, eles passam a ganhar importância e gerar oportunidades para o desenvolvimento de soluções, seja através de estudos sobre o uso eficiente dos recursos hídricos, aprimoramento e inovações tecnológicas, como o reaproveitamento da água, por exemplo.
Estamos cada vez mais nos conscientizando e criando espaços para iniciativas que consideram as perspectivas sustentáveis – social, ambiental e econômica – com o objetivo de melhorar o gerenciamento do risco hídrico.
Nesse artigo vamos explicar um pouco mais sobre as oportunidades de investimento para empresas e instituições financeiras que desejam se tornar ou investir em negócios mais sustentáveis e eficientes em relação ao uso da água. Confira!
Por que investir no uso eficiente da água?
Mas, afinal, qual a importância disso para seu negócio? Primeiramente, o investimento em tecnologias para gestão de recursos hídricos pode ajudar sua empresa a reduzir o consumo de água e a utilizá-la de forma mais eficiente, resultando não só em uma diminuição do volume consumido, mas também em economia financeira.
Em segundo lugar, ao utilizar esse recurso de forma mais eficiente, no caso de uma crise ou redução do abastecimento de água, o seu negócio torna-se menos vulnerável, diminuindo sua dependência, inclusive em relação à gestão pública de reservatórios e mananciais, até mesmo evitando possíveis conflitos de uso. Evidentemente, para que esse cenário seja possível é preciso investir.
Existem diversas tecnologias que podem ser aplicadas, que envolvem diferentes níveis de esforço financeiro e que, dependendo dos negócios, podem trazer mais ou menos impacto sobre a utilização da água. Dado a necessidade de se investir e reduzir riscos, torna-se crucial a participação das instituições financeiras no incentivo à adoção de práticas sustentáveis de gestão hídrica.
Mas como financiar esse investimento?
Para aumentar sua participação e avaliação de investimentos, é fundamental para o setor financeiro saber quais das soluções práticas que estão sendo desenvolvidas e/ou implementadas pelo mercado são mais efetivas, tanto do ponto de vista econômico quanto no de eficiência. A partir desse entendimento, essas instituições podem fazer um levantamento sobre a viabilidade dessas tecnologias em termos de riscos e benefícios para o investidor.
Esse investimento vai compensar? É realmente possível colocar essa ideia em prática? De fato, vale à pena? São perguntas fundamentais para o desenvolvimento de soluções financeiras na área.
Felizmente, muitas instituições financeiras começaram a perceber que os danos ambientais podem ter um impacto significativo nos negócios ao entender, por exemplo, como uma crise hídrica poderia afetar o potencial de pagamento de empréstimos por parte das empresas, o que, por sua vez, geraria um risco econômico para os investidores. A crescente preocupação do setor financeiro com os riscos envolvidos com o Capital Natural motivou o CEBDS, em parceria com a GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit), uma empresa alemã federal, a desenvolver estudos para compreender a relação de risco que diversos setores apresentam em relação ao capital natural.
Resultados dos estudos
Como um dos principais resultados, esse estudo mapeou os maiores riscos no Brasil em relação ao Capital Natural e viu que os maiores estão associados ao ramo de agronegócios e pecuária, devido à grande emissão de CO2. Se houvesse uma taxação sobre essa emissão, esses empreendimentos teriam muitas dificuldades para atraírem investimentos, caso não se adequassem. É o que o que está acontecendo com as empresas de petróleo e gás que perderam valor devido aos impactos negativos que geram ao meio ambiente e ao clima. Em contrapartida, a tendência é que os investimentos no segmento de fontes renováveis aumentem.
O mesmo se aplica se você é uma empresa fortemente dependente de água para sua produção e hoje se encontra em uma bacia hidrográfica em crise, tanto por escassez quanto por poluição das águas. Sua produtividade seria afetada e, consequentemente, seu balanço, o que geraria um risco e tanto para você e para os investidores.
Atratividade das Tecnologias para Instituições Financeiras
Dado ao interesse das empresas e instituições financeiras no mapeamento de tecnologias que poderiam impactar positivamente a gestão dos recursos hídricos e, por conseguinte, reduzir o risco associados à redução da disponibilidade do recurso, o CEBDS, novamente ao lado da GIZ, encomendou um estudo para entender quais tecnologias inovadoras no melhor uso da água seriam mais viáveis financeiramente e em termos de ganhos efetivos com a redução do consumo.
Na tabela abaixo você pode conferir as melhores oportunidades de investimento, segundo esse estudo:
Eficiência no uso da água: oportunidades para Empresas e Instituições Financeiras
O estudo realizado pelo CEBDS e GIZ, mencionado anteriormente, traz 14 tecnologias usadas nos setores mais representativos da indústria brasileira. Analisou-se a viabilidade dos investimentos, qual o nível de custo de implementação e o tempo de retorno. Com base nesses dados, torna-se mais fácil saber se o investimento será rentável para seu negócio ou não.
O documento foi apresentado a grandes corporações e serve como referência para as companhias interessadas em crescer de forma sustentável.
Se quiser saber sobre as possibilidades de investimento, as tecnologias disponíveis e o que está sendo discutido entre as grandes empresas em relação ao uso eficiente da água, baixe nosso e-Book “Eficiência no uso da água: oportunidades para Empresas e Instituições Financeiras”.
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