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Água

Água do ar da Amazônia será oferecida para mercado de luxo.

26 de dezembro, 2014

Empresa brasileira produzirá em área do município de Barcelos (AM), concedida por 30 anos.

Os quatro sócios da Ô Amazon Air Water, empresa fundada há aproximadamente cinco anos, apresentaram nessa terça (9/12), em São Paulo, projeto que retira água do ar da Amazônia. Depois de engarrafado, o produto será destinado ao mercado de luxo internacional. Com investimentos iniciais de R$ 30 milhões, entre recursos próprios e de fomento, a empresa deve colocar o primeiro lote de água no mercado em junho de 2015.

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A tecnologia consiste em retirar água da umidade do ar com grandes pás, semelhante a um sistema de ar condicionado, e torná-la própria para o consumo por meio de condensação, osmose reversa, filtragem e remineralização – por ser originalmente pobre em minerais.

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Para concretizar o projeto, os sócios Cal Júnior e Paulo Ferreira conseguiram a aprovação de projeto de lei na Câmara Municipal de Barcelos (segundo maior município do País), para concessão de uma área de 1,75 milhão de metros quadrados por 30 anos, renováveis por mais 30. Aos dois sócios originais, juntaram-se mais recentemente os empresários Ricardo Rozgrin e James Figueiredo Júnior. “Nenhuma árvore será derrubada. Ao contrário, plantaremos mais”, garante o publicitário e documentarista Cal Júnior. O empreendimento funcionará em um prédio abandonado de uma antiga fábrica de palmito.

Os empresários prometem gerar 120 empregos diretos na cidade, que tem cerca de 25 mil habitantes e fica às margens do Rio Negro. Entre as iniciativas de contrapartida estão, ainda, a doação de água para as populações do entorno e a criação de um fundo de investimento para projetos sustentáveis na região. Serão aplicados 1 real por garrafa vendida, cujo preço inicial será de 6,5 euros. Espera-se acumular em 10 dez anos lucros em torno de 100 milhões de euros, dos quais 22 milhões serão investidos em projetos sociais.

Em março, chegam a Barcelos três máquinas importadas da China, duas com capacidade de 5 mil litros por dia e outra de 500 litros/dia. Segundo os empresários, toda a operação será movida a energia solar.

“Vamos montar os painéis solares no teto dos galpões. Como não temos como armazenar a energia gerada durante o dia, à noite usaremos energia da rede. Mas o excedente gerado durante o dia será injetado na rede, para que tenhamos crédito. A ideia é não pagar conta de luz”, adianta  Francisco Fernandes, da Uon Energia, empresa de projetos fotovoltaicos.

“O impacto do empreendimento será próximo de zero para uma região com a produção de umidade que a Amazônia tem. Ouvimos muitas críticas, inclusive a de que estaríamos privatizando o ar da Amazônia. Se pensarmos bem, a Avenida Paulista absorve muito mais umidade do ar com seus milhares de aparelhos de ar condicionado do que nós faremos”, compara Cal Júnior.

A produção inicial será de 6 milhões de garrafas por ano, sendo 95%  destinadas à exportação. “É uma água rara. Oferecemos ao mercado de luxo algo que poucos podem ter, para possibilitar a muitos o pouco que não têm”, diz Cal Junior, referindo-se aos benefícios locais que o projeto almeja trazer.

Na opinião do amazonense James Júnior, CEO responsável pelas operações locais da Ô Amazon Air Water, os maiores desafios da empresa serão mostrar aos brasileiros os benefícios da exportação do produto. E, à população local, que ela pode – e deve – se desenvolver sem sair da região.

Via  KARINA NINNI – Página 22 

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