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Orgânicos

Alimentos saudáveis alimentam a economia dos cariocas

02 de outubro, 2016

Já ouviu falar de alimentos orgânicos?

Sabia que o município do Rio tem um roteiro exclusivo de compras para os adeptos da vida mais saudável?

Para ajudar aqueles que buscam uma mesa cada vez mais livre de agrotóxicos, o EXTRA saiu em campo para mapear o Circuito Carioca de Feiras Orgânicas, que nasceu em 2010, e já se espalha pela capital.

Se o leitor faz um estilo mais natureba, basta pegar a sacola reciclável e ir às compras.

O circuito surgiu após a Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro (Abio) e a Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico Solidário (Sedes) criarem o projeto para pôr fim a uma crise produtiva e de escoamento que, desde 2007, prejudicava a agricultura orgânica no estado.

Os alimentos orgânicos, por não terem qualquer contato com agrotóxicos durante suas várias etapas de produção, têm mais vitaminas, minerais e outros compostos, que são ótimos para a prevenção de vários tipos de câncer, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

A produção desse tipo de alimento se baseia, principalmente, na lavoura familiar. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, 90% da agricultura do Estado do Rio é garantida pelo plantio das famílias. Desse total, 20% plantam orgânicos.

Para ajudar na vazão da produção, foi criado o circuito de feiras, há quatro anos. Hoje, são 13 — quase 10% do total de feiras livres do município. Os pedidos de associações de moradores são constantes, diz Marcos Melo, da ONG Essência Vital, uma das três instituições gestoras que estruturam o Circuito Carioca de Feiras Orgânicas:

— O público existe e, desde o ano passado, nossas feiras passaram a faturar de 30 a 40% a mais. Possivelmente, teremos mais uma feira na Tijuca, na Praça Xavier de Brito, este ano.

A dona de casa Luri Simonini é uma das consumidoras:

— Venho muito a essa feira (Laranjeiras). O orgânico é um pouco mais caro, mas é para minha saúde. Acredito na origem dos alimentos vendidos aqui. A mensagem dos orgânicos já foi captada pela população.

Essa procura, além de fortalecer o negócio, beneficia os 200 produtores ligados direta ou indiretamente ao circuito. Antes do aparecimento da rede, esses produtores vendiam cerca de R$ 700 mil por ano. Hoje, comercializam R$7,8 milhões, de acordo com a Sedes.

Ao se considerar apenas a renda bruta dos 112 produtores ligados à Abio, o valor total gira em torno de R$ 400 mil por mês. Ainda segundo a Sedes, a prefeitura não arca com nenhuma despesa do circuito, o que caracteriza a autonomia.

Segredo é ter organização

Muitos produtores creditam a evolução do setor de produtos orgânicos ao planejamento feito pelas instituições que ajudam a moldar, diariamente, a organização econômica dentro do circuito de feiras.

Há as associações gestoras: ABIO, responsável por oito feiras; ONG Essência Vital, que organiza outras quatro; e AS-PTA/Rede Carioca de Agricultura Urbana, que gerencia apenas uma. Cada instituição tem suas regras, além daquelas fixadas em conjunto com a Prefeitura do Rio.

Um exemplo de norma geral é que cada feira pode ter, no máximo, 37 pontos de venda. Cada feira tem também um gerente ou um coordenador, mas nem todos recebem salários. O valor desembolsado pelo aluguel das barracas também varia: de R$ 20 a R$ 34.

Outra prática adotada por algumas delas é o chamado fundo de feira, uma espécie de conta conjunta que serve para resolver problemas comuns ou investir em publicidade para atrair compradores.

A ONG Essência Vital, por exemplo, que é pioneira nos quesitos de marketing e comunicação com os clientes dentro do circuito, tem 17 mil seguidores em seu Facebook, segundo o responsável, Marcos Melo.

Onde e quando

Zona Oeste

Barra da Tijuca – Praça do O, às terças-feiras, das 7h às 13h. Freguesia – Praça Professora Camisão, aos sábados, das 7h às 13h.

Zona Norte

Glória – Rua do Russel, aos sábados, das 7h às 13h. Leopoldina – Praça Marechal Maurício Cardoso – Olaria, aos sábados, das 7h às 13h. Tijuca – Praça Afonso Pena, às quintas-feiras, das 7h às 13h.

Zona Sul

Laranjeiras – Praça Jardim Laranjeiras (altura do nº 224), às terças-feiras, das 7h às 13h. Flamengo – Praça José de Alencar, às terças-feiras, das 7h às 13h. Ipanema – Praça Nossa Senhora da Paz, às terças-feiras, das 7h às 13h. Leblon – Praça Ministro Romeiro Neto, às quintas-feiras, das 7h às 13h. Urca – Praça Medalha Milagrosa, às quintas-feiras, das 7h às 13h.Botafogo – Praça da Esquina, aos sábados, das 7h às 13h. Copacabana – Praça Edmundo Bittencourt, aos sábados, das 7h às 13h. Jardim Botânico – Praça da Igreja São José, aos sábados, das 7h às 13h.

Acompanhe o noticiário de economia pelo Twitter @AnoteePoupe.

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