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Ouro verde da Amazônia: o dinheiro que vem da floresta em pé

02 de janeiro, 2016

Propostas como a geração de créditos de carbono e projetos sustentáveis podem render dividendos ao Amazonas.

A Amazônia tem a maior cobertura de floresta contínua do Mundo. Ela é rica em biodiversidade e recursos naturais. No entanto, para especialistas e pesquisadores ainda não se chegou a um entendimento sobre como transformar esse ‘ouro verde’ em dinheiro sem derrubar a floresta. Algumas das alternativas propostas são a geração de créditos de carbono e projetos sustentáveis. Um fator importante a se considerar para que traga vantagens ao meio ambiente é a adicionalidade.

O pesquisador Philip Fearnside acredita que a exploração de créditos de carbono é vantajosa somente quando há adicionalidade.“Você tem que mostrar que fez algo para evitar a emissão de gases do efeito estufa e que não teria conseguido fazê-lo sem o dinheiro do pagamento pelo serviço ambiental”. Mas chama a atenção para outras possibilidades. “Biodiversidade e água são outras coisas tão importantes quanto o carbono, mas que não possuem mecanismos de compensação como é o caso do carbono”, avalia.

O mercado de carbono é apontado por especialistas como a possibilidade mais concreta. O conjunto de árvores que forma a Amazônia retira dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e fixa no solo. A redução de emissões de gases de efeito estufa é medida em toneladas de dióxido de carbono.

Cada tonelada de CO2 reduzida ou removida da atmosfera equivale a um crédito de carbono. O objetivo é que cada tonelada de CO2 não emitida ou retirada da atmosfera por um País em desenvolvimento possa ser negociada no mercado mundial.

O Brasil ocupa a terceira posição mundial entre os países que participam desse mercado, com cerca de 5% do total mundial. “Adicionalidade é aquilo que é acrescentado ao meio ambiente, neste caso, àquelas florestas que se pretende proteger”, explica o engenheiro florestal e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Niro Higuchi. “Por lei, os governantes já são obrigados a proteger as florestas, sendo assim é preciso considerar a adicionalidade da iniciativa”, completa.

Mercado de carbono como solução

Ao anunciar sua ida à COP-21, o governador José Melo apontou o mercado de carbono como uma das soluções para a preservação da Floresta Amazônica no Estado e uma alternativa econômica. “Também vou levar a mensagem de que essa floresta encerra uma riqueza imensurável. Quanto representa a madeira que tem nessa floresta? Se isso tudo é importante para o mundo, o mundo precisa vir aqui nos ajudar a criar qualidade de vida para o povo que vive aqui de maneira sustentável”, disse.

Durante a COP-21, foi anunciado o montante de U$$ 100 bilhões para projetos em todo o mundo.

Foto: Izabel Santos/Portal Amazônia

Para o especialista em economia ambiental, Alexandre Rivas, o mercado de carbono está longe de ajudar a desenvolver a economia na região. “Precisamos atuar de outra maneira e entender melhor esse mercado e o papel dos governos”, opina.

Para Rivas, é necessário desenvolver uma atividade econômica paralela para acompanhar o mercado de créditos de carbono. “Governos têm papel importante no balizamento de metas, mas não possuem a competência necessária para executar o conjunto de atividades necessárias para alcançar as metas. Não podemos pensar que somente o governo tem competência para tratar do assunto”, acrescenta.

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