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Arquiteto do DF troca tijolos e concreto por contêiner para construir casa

04 de outubro, 2015

O arquiteto colocou em prática toda a criatividade na construção do lar de aço

O “lar, doce lar” agrega sala, cozinha, lavanderia, quarto e banheiro. Obra custou cerca de 30% menos do que ele gastaria fazendo um imóvel convencional

A busca por opções de construção mais baratas e de rápida execução fez o arquiteto Germano Teófilo de Oliveira, 33 anos, abrir mão de moradias tradicionais e decidir morar num “caixote”. O terreno, até então vazio, em um condomínio do Jardim Botânico passou a abrigar um contêiner onde o profissional, com a ajuda de um amigo, colocou em prática toda a criatividade para transformar o grande objeto de aço em um “lar, doce lar”. Além de criar um ambiente personalizado e confortável, o brasiliense afirma ter economizado cerca de 30% na construção do ambiente mais sustentável, desde a fundação da casa até o revestimento externo.

A obra, que custou aproximadamente R$ 60 mil, começou com a compra e o frete do contêiner, no valor de R$ 8.100, e, depois, com um serviço de serralheria para moldar o telhado, o nível do piso, as instalações elétricas e hidráulicas, além da pintura. “Custou o que eu esperava mesmo, por volta de 30% menos do preço de uma construção tradicional”, que seria de quase R$ 78 mil. No acabamento da casa, ele preferiu utilizar materiais de primeira linha, o que elevou o valor final da construção. “Mesmo assim fiquei satisfeito, pois é uma casa de alto padrão pelo custo de uma convencional de padrão médio”. Tudo ficou pronto em aproximadamente dois meses, depois que o contêiner foi colocado dentro do lote.

A surpresa pelo inusitado empreendimento não foi apenas dele, mas da família. “Não contei, quis fazer uma surpresa. Assim eles só ficaram sabendo quando mostrei a obra pronta. Todos gostaram muito, acharam interessante e bonita a casa”, contou. E a ideia, que no início era apenas temporária, caiu no gosto do brasiliense, que já tem dúvidas se irá construir uma casa nos moldes tradicionais. “Ainda é cedo para dizer, pois acabei de terminar a obra da casa e o paisagismo do terreno. Estou curtindo muito morar aqui”, contou.

Conforto
Na estrutura do contêiner, com 2,44m de largura, 12,20m de comprimento e 2,90m de altura, foram montados sala e cozinha integradas, lavanderia, um quarto e um banheiro. O arquiteto mora sozinho, mas duas pessoas podem viver confortavelmente no local. Entusiasmado com as opções de montagem, ele ainda criou uma área estendida na frente, onde agora há uma cobertura para varanda, totalizando em uma área de aproximadamente 42m² . E Germano já pensa até em aumentar o espaço e criar mais cômodos. “Gostamos tanto que fizemos uma segunda casa e ficou ótima também. A obra em contêiner, se feita com os devidos cuidados técnicos, poder atingir níveis de conforto ambientais bem superiores”, elogiou.

Dá até para pensar que o arquiteto “vive no aperto” ou mesmo que ele “derrete” dentro do caixote de aço. No entanto, o projeto incluiu uma cozinha completa, com exaustor, geladeira, máquina de lava-louça, triturador, e filtro. “Tem ainda a lavanderia com tanque e máquina de lavar roupas. Sala e quarto têm sistema de climatização”, descreveu. Ele também ressaltou que a construção é muito limpa e foge de etapas “artesanais”, que demandam paciência, tempo e dinheiro. “Minha experiência em obra como arquiteto ajudou muito nessa hora. Tudo foi feito sem quebradeira, sem geração de entulho.”

Os contêineres usados para transporte de cargas têm prazo de validade de cerca de 10 anos. Já os utilizados como residência são projetados para resistir às diversas intempéries prolongando por décadas sua utilização. “E o simples uso deles como ambientes habitáveis é reciclagem pura”. O arquiteto também descreve a facilidade que é mudar o ambiente onde vive agora. “É bom saber que, se precisar, posso vender só a casa ou só o terreno, já que o contêiner é móvel. Não preciso necessariamente vender os dois juntos”, explica.

Correio Braziliense

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